Título: Fifa defende uso de dinheiro público em estádios
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 29/07/2011, Brasil, p. A2

O secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, defendeu o uso do dinheiro público para a construção de estádios para a Copa do Mundo de futebol de 2014. Lembrou que o gasto com as arenas é minoritário em relação às despesas com infraestrutura. "Futebol é o esporte número 1 no país. É uma religião. E o estádio é onde o futebol é jogado", disse ontem no Rio.A política do governo federal de limitar os estádios brasileiros aos requerimentos mínimos da Fifa tem apoio da entidade. "Quando vai voltar a ter uma Copa no Brasil? Então, tem que saber como esse estádio será utilizado depois. Não pedimos que tenha um estádio maior que nosso requerimento. Apoiamos essa posição do governo", disse Valcke.

Ele informou que a Fifa vai esperar a conclusão das obras do Itaquerão até fevereiro de 2014. Antes, o Comitê Organizador Local da Copa-2014 dizia que todos os estádios do Mundial deveriam estar prontos no fim de 2013. "Muitos dizem que o estádio tem que estar pronto até 2013, mas não é verdade. Podemos esperar até o começo do ano. A partir de abril fica complicado, pois temos que realizar eventos testes", disse o francês que está no Rio para o sorteio das eliminatórias, sábado.

Valcke também disse que eventos testes para saber como estão o gramado, a arquibancada entre outros pontos do futuro estádio corintiano devem ser realizados em março de 2014.

Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, a Copa do Mundo fará o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 1,5%, acompanhado da criação de cerca de 250 mil empregos formais no país. Segundo estudo divulgado ontem, o Brasil deve contar com uma base de 165 milhões de potenciais consumidores, com estimativa de crescimento entre US$ 3 bilhões e US$ 6 bilhões em gastos até 2014.

Para Goldfajn, o impacto de um evento como a Copa para o país-sede é mensurado pelos seguintes fatores: investimento em infraestrutura, criação de empregos, consumo e turismo. O economista ressaltou também o "branding effect", a valorização da "marca" Brasil. Segundo ele, a Copa do Mundo "coloca o país definitivamente no mapa", por meio da exposição de cada uma das regiões envolvidas e da conquista de novos parceiros. (Agências noticiosas)