Título: A nova geografia do poder estadual
Autor: Rothenburg, Denise; Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 06/09/2010, Política, p. 2

Balanço das pesquisas eleitorais indica que PMDB e PSDB são os partidos com maior potencial de vitória nas eleições para governador. PT e PSB aparecem em seguida

O PSDB e o PMDB disputam hoje quem sairá da eleição com o maior número de governos estaduais. Se as urnas confirmarem os resultados das pesquisas mais recentes, cada um deles terá pelo menos cinco governadores. Há ainda três estados Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia onde os dois partidos se enfrentam em disputa acirrada. O desenrolar do xadrez eleitoral nesses colégios pode determinar qual dos dois partidos ficará com o pódio.

A coligação nacional do PMDB com o PT não trouxe amarras para a legenda do vice de Dilma Rousseff, Michel Temer. A liberdade para que os aliados costurassem alianças descoladas da disputa presidencial permitiu que o partido mantivesse a fisionomia de legenda regional. O PMDB tem chances de ser o partido com o maior número de governos estaduais.

O PT, que não acreditava na possibilidade de eleger muitos governadores, até porque abriu mão de espaços para dar lugar aos aliados, ficará com a terceira posição no ranking de governadores eleitos. Hoje, o partido avalia ter condições de conquistar pelo menos três estados no primeiro turno: Acre, Bahia e Sergipe. E ainda tem esperanças de conquistar o Distrito Federal e o Rio Grande do Sul em segundo turno.

O governo de São Paulo desponta como o sonho dos petistas. A cúpula do partido investe tudo para alavancar Aloizio Mercadante e tentar reduzir a vantagem registrada pelo candidato tucano, Geraldo Alckmin. O PT torce para que Mercadante consiga arrancar um segundo turno. Em caso de uma segunda rodada, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investirá pesado para tentar ganhar o comando de São Paulo em 2011 e romper a hegemonia de 16 anos do PSDB no maior colégio eleitoral do país.

Até agora, as pesquisas de intenção de votos mostram que o PT pode perder o governo do Pará para um tucano. A governadora Ana Júlia Carepa (PT) encontra dificuldades em conquistar a reeleição. A petista sofreu grande desgaste político por não emplacar o estado como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. A escolha de Manaus (AM) para abrigar os jogos da competição funcionou como munição para o candidato da oposição, Simão Jatene (PSDB), que lidera as pesquisas. A neutralidade do deputado Jader Barbalho (PMDB) na disputa para o governo também prejudicou Ana Júlia. O PMDB do estado decidiu lançar candidato próprio mesmo sem chances de vitória, para não declarar apoio ao PT nem ao PSDB. Na região, a expectativa em um segundo turno é que o apoio de Jader à candidatura petista custe caro para Ana Júlia. A contabilidade das baixas de estados liderados por aliados registra a virada de comando em Goiás e no Paraná, que devem passar às mãos da oposição.

Ciro No quadro geral de governos conquistados, o PSB aparece em quarto lugar, com a perspectiva de vitória em primeiro turno em Pernambuco, no Espírito Santo e no Ceará. As pesquisas eleitorais indicam que o PSB do deputado federal Ciro Gomes pode sair maior da eleição, mesmo depois das divergências internas exibidas em praça pública, quando o ex-ministro foi impedido de lançar candidatura à Presidência. Além de Pernambuco, Espírito Santo e Ceará, o PSB pode ganhar também o governo do Piauí. O governador Wilson Martins (PSB) ganhou força nas últimas sondagens de intenção de votos e aparece empatado com o tucano Sílvio Mendes.

O DEM, até agora, está com a liderança no Rio Grande do Norte, onde a senadora Rosalba Ciarlini seria eleita governadora no primeiro turno. O partido tem ainda o senador Raimundo Colombo caminhando para disputar um segundo turno em Santa Catarina contra o PP, que tem como candidata a deputada Ângela Amin, líder das pesquisas.

O número Faltam 27 dias para o 1º turno