Título: Petrobras deve antecipar obras de nova refinaria
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Fonte: Valor Econômico, 02/12/2004, Empresas, p. B-5
Se o crescimento da demanda de combustíveis esperado para 2004 se repetir em 2005, a Petrobras deverá antecipar o projeto da nova refinaria, cujo início da obra está previsto para 2007 no planejamento estratégico da estatal. A afirmação foi feita ontem pelo diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, que explicou que o crescimento da demanda de combustíveis em 2004 pode chegar a 4% em relação ao ano anterior. O executivo ressaltou que a Petrobras esperava um aumento da demanda do consumo de combustíveis deste ano de 2,4% e que até agora a demanda já superou os 3,5%. "Se em 2005 tivermos um crescimento maior da demanda, isso pode nos levar a antecipar o cronograma (da refinaria). O ano chave será 2005", disse Costa, em palestra apresentada na Organização Nacional da Indústria de Petróleo e Gás (Onip), durante o evento "Café com Energia". O diretor da estatal explicou que a nova refinaria será voltada para a produção de combustíveis que têm apresentado maior crescimento na demanda, principalmente o diesel. Costa lembrou que a demanda por óleo combustível vem caindo muito há alguns anos e que a gasolina também vem perdendo espaço no mercado Além de antecipar o projeto da refinaria, a estatal deverá construir uma fábrica de fertilizantes para entrar em operação até 2009. No planejamento da companhia, a unidade era prevista para depois de 2010. Costa disse que a companhia quer antecipar o projeto que deverá custar US$ 600 milhões e ser construído na região Centro-Oeste. A planta utilizaria gás natural para produzir os fertilizantes. Segundo o executivo, a escolha do Centro-Oeste leva em conta a logística, já que a região é a nova fronteira agrícola do país. Costa disse que o estado que vai sediar a planta ainda não foi escolhido e que a unidade utilizaria o gás boliviano transportado pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que cruza somente o estado do Mato Grosso do Sul. Mas a estatal estuda a possibilidade de se construir um ramal até o Distrito Federal. Costa diz que o Brasil produz menos de 50% da demanda de fertilizantes do país e que a idéia é, com a nova unidade, atingir 70% do consumo nacional. A Petrobras já possui duas plantas de produção de fertilizantes no país, uma na Bahia e outro em Sergipe. A planta de fertilizantes deve ser feita em parceria, mas ainda não há nenhuma definição quanto às empresas que participariam do projeto. Outro projeto que será antecipado, segundo Costa, é o da planta de produção de polipropileno (insumo da indústria petroquímica) junto à refinaria de Paulínia, em São Paulo. A previsão é que a unidade entre em operação em 2006 ou 2007. A capacidade de produção será de 300 mil toneladas de polipropileno por ano. A unidade será construída em parceria com a Braskem, mas Costa disse que ainda não há definição de qual será a participação de cada uma das empresas. O diretor confirmou que a Petrobras deverá concluir, em seis meses, o detalhamento do projeto de construção de uma planta para produzir produtos petroquímicos e combustíveis a partir do petróleo pesado proveniente do campo de Marlim, na Bacia de Campos. Segundo ele, a unidade teria capacidade de processar de 150 a 200 mil barris de petróleo por dia e receberia investimentos de US$ 3 bilhões