Título: Do Brasil para o mundo, o catchup de goiaba
Autor: Rosangela Capozoli
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2004, Exportações, p. F4

Depois de os consumidores americanos provarem e aprovarem o guatchup, um catchup original e bem brasileiro, feito com 100% de goiaba, a lista de pedidos começa a engrossar com a conquista de novos mercados. Duas grandes redes varejistas suíças, Migros e Coop, a partir de fevereiro de 2005, estarão oferecendo o produto em todas suas lojas. A intenção dos exportadores é que essas lojas funcionem como vitrines e sejam a porta de entrada do produto para toda a Europa. O primeiro conteiner está para desembarcar naquele país e um segundo pedido, desta vez de 20 outros contêineres, deverá ser feito ainda neste ano. "O guatchup será distribuído em todas as cadeias desses supermercados e essa será a estratégia para o produto ganhar a Europa", prevê Arlindo Piedade Neto, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Goiabas (Goiabrás). O Oriente Médio também quer ter o guatchup na sua mesa. Os últimos detalhes da negociação estão sendo acertados e, no início do próximo ano, o produto chega àquele bloco através da Jordânia e Emirados Árabes Unidos. As encomendas, explica Piedade Neto, não se limitam apenas ao guatchup. Polpas processadas de goiaba, sucos e a tradicional goiabada conquistam espaços nas mesas internacionais. Empresários japoneses, que visitaram o Brasil no início de novembro, também fecharam o primeiro negócio. Dessa vez foi com um conteiner de polpa de goiaba que está a caminho. Se os orientais gostarem do sabor da fruta, outros 100 contêineres deverão seguir no princípio de 2005. Até o fim deste ano a intenção da Goiabrás é exportar US$ 8 milhões em produtos à base de goiaba, ante um faturamento de US$ 4 milhões registrado no ano passado. Para 2005 a meta é bem mais ambiciosa. "Acreditamos que podemos dobrar a receita e até ultrapassar", calcula o presidente da entidade. Se depender da associação, a projeção tende a se concretizar. Técnicos do setor e representantes da Goiabrás deram o primeiro passo nessa direção para aumentar os dividendos dos produtores. O primeiro pólo de processamento de polpa de goiaba no país começou a operar em Sergipe no mês de setembro e mais dois deles deverão sair do papel em breve e se instalarem no mesmo Estado. Pernambuco, Distrito Federal e o norte de Minas Gerais foram outros Estados contemplados com o projeto. O objetivo da criação dessas unidades é, justamente, agregar valores à fruta que será exportada, principalmente para os Estados Unidos e Europa. "Será uma maneira garantida de aumentar a receita do setor", afirma. Piedade Neto diz que o plano da Goiabrás é construir uma unidade de processamento para cada 500 hectares de área plantada de goiaba. A divulgação dos produtos à base de goiaba no exterior está sendo feita a quatro mãos. De um lado estão os produtores e de outro a Apex. Dos R$ 7 milhões desembolsados para promoção dos produtos derivados da fruta que serão gastos no triênio 2003/2004/2005, 38%, ou seja, R$ 2,660 milhões serão financiados pela Apex. Para dar sustentação às exportações, a associação traçou um plano de expansão na área de produção.