Título: Fazer a lição de casa
Autor: Leite, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 09/09/2010, Brasil, p. 10

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada ontem, aponta que o Distrito Federal se destaca no percentual de adolescentes entre 15 e 17 anosmatriculados nas escolas, mas índice nacional ainda está longe do ideal. Analfabetismo também caiu pouco

Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. Esse é o cenário previsto pela Emenda Constitucional Nº 59, em 2016.Mas, até lá, muito ainda deverá ser feito para tamanha inclusão.

Isso porque, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, divulgada ontem, a taxa de escolarização brasileira entre as crianças de 4 ou 5 anos de idade foi de 74,8%; de 97,6% entre6e14 anos e de 85,2% entre os adolescentes de 15 a 17 anos. Para completar o cenário não necessariamente animador, os dados do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) incluem as matrículasemescolas particulares.

Na tentativa de ajudar a melhorar os índices, o Distrito Federal se destaca com o percentual de 91,7% de estudantes entre os adolescentes de 15 a 17 anosé a maior taxa do país. Hoje, o Brasil tem aproximadamente 3 milhões de jovensentre 4 e 17 anosfora da escola.

Os adolescentesNayaraNascimento, 16 anos, Gabrielly Souza, 16, Luciana Conceição Carlos, 17, gerente da Pnad,Maria LúciaVieira, é preciso entender essa parcela da população para diminuir os índices de analfabetismo. Essas pessoas são mais difíceis de atingir porque não basta que se ofereça o ensino. É preciso sensibilizálas da necessidade de se alfabetizarem.

Mas éumageração inteira, temos que saber lidar com esse estoque que será contabilizado na taxa de analfabetismo, afirmou.

Segundo a gerente, não é possívelquesetenhaumaquedaabrupta na taxa do analfabetismo.Mas o membro do conselho Todos Pela EducaçãoMozart Ramos critica a queda, que acontece de forma constante. É preciso estabelecer metas municipais ou estaduais para a alfabetização até os oito anos.DeacordocomaPnad,oíndice médio de anos de estudo da população com 10 anos ou mais de idade chegou a 7,2 anos, um aumento de apenas 0,6 anoemrelação a 2004. Apesar do aumento, o número representa apenas o ensino fundamental incompleto.

FabianoSilvadeAraújo, 17,eMahmud ZuhdiDimes, 17, engrossam o time desses estudantes no ensino médio do DFdos 86 mil estudantes de 16ou17 anos identificados em 2009, 70 mil frequentavamo ensino médio, a maioria na rede pública de ensino. A realidade de Brasília está mudando.Tem muita gentequevemde outros estadospraestudar, issoacabacriando uma pressão nos jovens da cidade.

Eu só conheço um cara da minhaidadequenãoestuda, avalia Mahmud, aluno do Centro EducacionalGisno.

A taxa de analfabetismo observadanoBrasil foi de 9,7%, entre as pessoas de 15 anos ou maiso correspondente a 14,1 milhões de analfabetos. O índice é inferior apenas 0,3% em relação a 2008, que teve uma taxa de 10%. ODistrito Federal apresentou a segunda menor taxa de analfabetismo do Brasil (3,4%), maior apenas do que o índice do Amapá, que conta com 2,8% de analfabetismo. Alagoas tem o pior índice, de 24,6%.

A maior taxa foi observada nas pessoas com 50 anos ou mais de idade é na RegiãoNordeste.