Título: Doméstico tem ganho de 7,1%
Autor: Mainenti, Mariana
Fonte: Correio Braziliense, 09/09/2010, Economia, p. 14

Ritmo de expansão das remunerações da categoria é mais de três vezes superior ao do contingente geral da economia

Arenda dos empregados domésticos com carteira assinada foi a que mais cresceu entre todas as categorias de trabalhadores no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a remuneração média mensal do segmento aumentou 7,1% de 2008 para 2009. O ritmo de expansão foi mais de três vezes superior ao do conjunto da força de trabalho nacional, que teve umganho de apenas 2,3%.

No Brasil, o salário médio do doméstico formalizado cresceu de R$ 547 para R$ 586. Os rendimentos de seus colegas no Centro-Oeste passaram de R$ 539 para R$ 567, uma alta de 5,2%. É uma questão complicada de analisar. Ou houve um acréscimo na oferta desses profissionais em Brasília, o que fez os salários subirem menos em termos percentuais, ou eles deixaram as antigas vagas e passaram para a qualidade de diaristas, sem as garantiastrabalhistas, explica Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad.

Em média, as mulheres ganhavam 67,1% do salário recebido pelos homens em 2009 essa proporção era de 63,6% em 2004. A desigualdade está se reduzindo pela inserção da mulher no mercado de trabalho, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes.

Desigualdade O número de trabalhadores domésticos commais de 10 anos de idade somou 7,2 milhões em 2010, ante os 6,6 milhões verificados na Pnad de 2009. Além disso, o percentual desses empregados que possuem carteira assinada passou de 26,8% para 27,6% do total. Persiste a desigualdade entre os sexos. Entre os homens, a participação dos formalizados foi de 41,4% para 44,8%. Entre as mulheres, subiu de 25,8% para 26,3%.

Embora tenha havido uma ligeira melhora, a informalidade dos domésticos continua a superar até mesmo a do trabalho agrícola, área na qual a participação dos legalizados encolheu de 38,6% para 35,1%, evidenciando os fortes efeitos da crise econômica no campo.

No trabalho doméstico, as mulheres continuam sendo a esmagadora maioria: 6,7 milhões de empregadas, ante 504 mil do sexo masculino. Esse fenômeno ocorre em todas as atividades, embora os indicadores apontem uma mudança.