Título: IBGE registra estabilidade da atividade em abril e expansão no quadrimestre
Autor: Sergio Lamucci e Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 07/06/2006, Brasil, p. A3

A produção industrial brasileira ficou estável em abril na comparação com março, segundo dados já com ajustes sazonais divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a abril de 2005, o setor registrou recuo de 1,9% após seis meses de crescimento. No entanto, no primeiro quadrimestre, a indústria acumulou expansão de 2,9% em relação a igual período de 2005.

A comparação entre abril deste ano e o mesmo mês de 2005 ficou prejudicada devido ao menor número de dias úteis. Em 2006, foram 18 dias úteis e, no ano passado, 20. Neste ano, ocorreram os feriados da semana Santa e de Tiradentes. Na comparação interanual, a queda a produção foi verificada somente na produção na indústria de transformação (-2,2%), enquanto a extrativa registrou alta de 4,7%. As atividades que mais contribuíram para o resultado negativo da indústria de transformação foram as de alimentos, veículos automotores e farmacêutica.

Em abril, na comparação com março, 14 dos 23 setores pesquisados pelo IBGE apresentaram expansão na produção, com destaque para metalurgia básica (4,2%), outros produtos químicos (2%) e bebidas (3,5%). Tiveram quedas representativas a indústria farmacêutica (-7%) e alimentícia (-1,5%). Por categorias, apresentaram expansão a produção de bens de consumo duráveis e semi e não-duráveis, de 1,7% e 1,3%, respectivamente. Já os bens de capital (máquinas e equipamentos) apresentaram estabilidade, enquanto os bens intermediários (insumos industriais) tiveram redução na produção de 0,1%.

O crescimento de 2,9% registrado no primeiro quadrimestre foi influenciado principalmente pelo aumento na produção de máquinas para escritório e equipamentos de informática (63,2%). O dado reflete o aumento nas vendas de computadores com as melhores condições de crédito oferecidas pelo varejo, com o barateamento de componentes importados devido à queda do dólar e com a isenção de PIS e Cofins concedida pelo governo federal para PCs populares.

Outros destaques no primeiro quadrimestre foram a indústria extrativa (10,9%) e material eletrônico e equipamentos de comunicação (16,2%), entre outros. Por outro lado, houve quedas representativas na produção de alimentos (-1,2%) e madeira (-8,1%).