Título: Produto que nunca chegou
Autor: Araújo, Saulo
Fonte: Correio Braziliense, 12/09/2010, Cidades, p. 33

O advogado Fábio Ciraulo, 36 anos, comprou um DVD automotivo em março deste ano na loja virtual SBC Fast. Ele pagou mais de R$ 1 mil no aparelho, mas não recebeu o produto. Prometeram enviar com 15 dias.

Paguei o sedex para receber em 48 horas e nada.

Quando os 15 dias venceram, recebi um comunicado de que o produto tinha sido faturado e me pediram mais 15 dias. Fiquei revoltado. Alguns dias depois, não consegui mais contato com ninguém e o site saiu do ar.

Só não fiquei com o prejuízo porque o cartão de crédito cancelou as outras parcelas e me ressarciu a única que eu tinha pago, contou. Depois da experiência, Fábio raramente faz compras pela internet. Eu prefiro ir à loja, principalmente se for para comprar algo de alto valor.

As instituições financeiras estão entre as maiores prejudicadas com os golpes virtuais.

De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as fraudes eletrônicas somaramcerca de R$ 40 milhões apenas no primeiro semestre deste ano. Desse total, 30% ocorreram por meio de crimes praticados por meio da internet.

O diretor técnico da entidade,Wilson Gutierrez, ressaltou a necessidade da criação de uma lei que tipifique esta modalidade de delito.

Lei específica Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 84/99,que prevê alterações no CódigoPenal e tipifica 13novos tipos de crimes, como difusão de vírus eletrônico, clonagem de senhas bancárias, falsificação de cartão de crédito e divulgação de informações contidas em bancos de dados. Falta uma lei específica para punircomrigorquempratica esses crimes que lesam milhares de pessoas todos os dias, afirmou Gutierrez.

Ele destacou a preocupação dos bancos com a segurança nas operações.

Em 2009, foram investidos R$ 1,94 bilhão em tecnologia da informação.

Gutierrez pediu mais atenção dos usuários.

É importante ter sempre um antivírus atualizado e desconfiar sempre de e-mails sensacionalistas, pois eles podem esconder programas para capturar informações pessoais. (SA)