Título: Mulher ainda ganha 20% menos
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/12/2004, Brasil, p. A3

As mulheres inseridas no mercado de trabalho do Estado de São Paulo estudaram mais do que os homens. Do total de trabalhadoras do Estado, 19,7% possuem curso superior completo. Entre os homens esse percentual cai para 10,4%, segundo pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No entanto, a maior escolaridade não garante melhores salários para as mulheres. O salário médio feminino de 2002 correspondia a R$ 1.033, valor corresponde a 80% do salário masculino (R$ 1.294). A pesquisa detectou que a discriminação salarial é maior nas cidades de economia mais desenvolvida. Exemplo disso é a situação de São José dos Campos, onde as mulheres ganham em média R$ 919,02. Esse rendimento equivale a 63% do salário masculino (R$ 1.456,59). No lado oposto, quase não há diferença salarial em localidades menos desenvolvidas. Em Registro, as mulheres ganham, em média, R$ 659,63 - 99% do salário masculino (R$ 665,61). Para piorar, um outro estudo da Fundação Seade mostra que as mulheres têm mais dificuldade para ocupar funções de chefia. Dos cargos de chefia existentes no Estado de São Paulo, só 30% são ocupados por mulheres. "A mulher tem menos tempo para o trabalho, pois pois precisa cuidar da casa e dos filhos. Por conta das responsabilidades, fica sem viajar, por exemplo", diz a economista Guiomar de Haro Aquilini, analista de mercado de trabalho da Seade. Nem todas as informações são ruins para as mulheres. De acordo com a pesquisa da Fundação, as mulheres ocuparam 54% dos 514 mil postos de trabalho formais gerados em São Paulo de 2000 a 2004. Com isso, sua participação no mercado subiu de 37,9% em 2000 para 38,9% em 2002.