Título: Serra é ignorado
Autor: Iunes, Ivan; Rizzo, Alana
Fonte: Correio Braziliense, 18/08/2010, Política, p. 2

Enquanto a maior parte dos políticos do PT e de outras legendas pertencentes à coligação da candidata à Presidência Dilma Rousseff tentam pegar carona, de qualquer maneira, na popularidade da petista e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os aliados de José Serra não parecem muito animados com a candidatura do tucano. Pelo menos essa foi a impressão após o primeiro programa eleitoral gratuito que foi ao ar ontem. No Distrito Federal, aspirantes a uma cadeira na Câmara ligados ao PSDB não fizeram qualquer tipo de menção a José Serra.

Nos planos de fundo de candidatos tucanos ou de partidos da coligação, havia somente o nome do candidato ao Governo do Distrito Federal, Joaquim Domingos Roriz, impugnado a pedido do Ministério Público Eleitoral.

De acordo com o presidente do Diretório Estadual do PSDB, Márcio Machado, houve um erro na hora de enviar um arquivo digital dos programas para a produtora responsável pela arte das propagandas.

Foi uma falha gravíssima, mas será corrigida o mais rápido possível. Até sexta-feira, a arte correta será exibida no horário eleitoral, garantiu Machado. Portanto, hoje, durante os programas dos candidatos a deputados distritais do PSDB e da coligação de Serra, a ausência do nome do tucano deve se repetir.

No entanto, não foi somente a falta do nome e do número de José Serra que chamou a atenção durante as propagandas dos candidatos do PSDB.

Nenhum deles citou Serra, ao contrário de concorrentes aliados a Dilma e a Marina Silva, por exemplo, que utilizaram inúmeras referências das candidatas.

Partilha Márcio Machado nega que haja uma orientação no sentido de não associar José Serra ao ex-governador do Distrito Federal e lembra que há um documento reforçando a necessidade da parceria. Joaquim Roriz renunciou ao cargo de senador, em 2007, para não enfrentar um possível processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. Ele foi flagrado em conversa telefônica com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklim de Moura, sobre a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino. (IS)