Título: AVG mantém produção e prevê recorde este ano
Autor: Moura,Marcos
Fonte: Valor Econômico, 20/10/2011, Empresas, p. B10

"Somos uma das únicas empresas do setor siderúrgico de Minas Gerais e talvez do Brasil que está operando com praticamente 100% de sua capacidade." A frase, em tom de vitória, é de Fernando Coura, sócio-diretor da AVG Siderurgia. A empresa pertence ao grupo familiar e produz ferro-gusa em Sete Lagoas.

"Batemos recorde de produção em 2010, com 260 mil toneladas e este ano vamos estabelecer outro recorde, com 280 mil toneladas. Estamos trabalhando à plena carga nos dois alto-fornos e a nossa meta é chegar a 300 mil toneladas nos próximos anos", diz Coura, que é também vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Num momento em que parece só se ouvir queixas do setor de ferro-gusa, a AVG é mesmo uma das poucas que falam em crescimento. A mágica do grupo é estar muito capitalizado. Em 2008, antes da crise estourar, a família que controla a empresa vendeu sua mina de minério de ferro de Serra Azul, em Minas, para Eike Batista. Um negócio de US$ 245 milhões.

Com a recessão, a usina de gusa fechou as portas por alguns meses. Quando voltou, passou a trabalhar com margens de lucro muito pequenas. "Margens só para sobreviver, em parte até pagamos para trabalhar", diz Coura. A empresa tinha capital para isso a aproveitou para atender à demanda que, mesmo aos trancos e barrancos, ainda existe.

"O mercado não acabou", diz. "É claro que o que há hoje não é suficiente para toda capacidade instalada da indústria de ferro-gusa", diz ele. O grupo mostra que tem fôlego financeiro para se manter e olhar para frente.

A empresa está, segundo Coura, a caminho de se tornar autossuficiente em carvão vegetal, o que espera ocorrer daqui a seis anos. A AVG tem hoje 18 mil hectares de florestas próprias e parcerias com terceiros. Investe R$ 12 milhões na formação de florestas de eucaliptos e na compra de novas áreas. Mais R$ 30 milhões estão sendo investidos em duas termelétricas e num sistema para aproveitar melhor o carvão usado na fabricação do gusa. "Tudo isso para tornar o negócio viável. Nós estamos investindo e acreditando." (MMS)