Título: Especialista quer gestão independente
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 23/05/2006, Especial, p. A12

Com governos federal e estadual nem sempre jogando do mesmo lado, o viés político do projeto de irrigação no Jaíba contribuiu muito para os atropelos dos últimos 40 anos. Por isso, o gerente-executivo, Luiz Afonso Vaz, defende o "afastamento político". Para ele, é preciso criar um mecanismo de gestão independente para garantir o futuro do distrito.

A disputa entre as esferas federal e estadual deixou marcas notórias na região. E divide, até hoje, as etapas 1 e 2 em projetos operacionalmente distintos. Na etapa 1, sob a coordenação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), quem opera o sistema de distribuição de água, incluindo a cobrança pelo consumo, é o Distrito de Irrigação do Jaíba (DIJ), uma associação dos produtores criada especificamente para esse fim. Na etapa 2, sob gerência da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, quem está encarregada de operar o sistema de canais e fazer a cobrança mensal do consumo de água é a Copasa, estatal mineira de saneamento básico.

No modelo pensado por Vaz, governo federal e governo estadual teriam apenas representação num conselho de administração, com o papel de harmonizar os interesses e zelar pelo cumprimento do objetivo do projeto, que é o desenvolvimento regional. (IM)