Título: Para especialista, eleição será polarizada entre o carlismo e o PT
Autor: Raquel Ulhôa
Fonte: Valor Econômico, 19/05/2006, Especial, p. A12

O cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) especialista em política baiana, afirma que o carlismo se fortaleceu, porque é hoje um movimento muito mais amplo do que a figura do senador Antonio Carlos Magalhães (é o que chama de "carlismo pós-carlista"). É o carlismo e o PT, diz, que polarizarão as eleições deste ano na Bahia.

Nesse contexto, o professor considera remotas as chances de o ex-prefeito Antonio Imbassahy se eleger senador, por não dispor de um esquema próprio de sustentação do seu nome. O PSDB, segundo ele, está sendo "engolido" pela polarização da política baiana, entre o carlismo e o campo político liderado pelo PT.

"Houve em 2004, com a eleição de João Henrique (PDT) para prefeito de Salvador, uma ilusão de que essa polarização tinha se revertido com o surgimento de uma liderança no campo da oposição não petista. Mas, tirando Salvador, nos outros nove colégios eleitorais mais importantes do Estado só se elegeram prefeitos carlistas ou petistas. Salvador foi um caso atípico e a capital responde apenas por algo menos de 20% do eleitorado do Estado", avalia.

Para o professor, a falta de um esquema próprio de sustentação do seu nome praticamente inviabiliza sua eleição para um cargo majoritário. "As possibilidades de êxito de sua candidatura estão depositadas na sua capacidade de transitar simultaneamente nas bases carlistas e no campo da oposição", diz.

Na sua opinião, Imbassahy está rompido pessoalmente com ACM, mas não com o carlismo, que hoje tem na figura do governador Paulo Souto um dos principais líderes. (RU)