Título: PCC comanda ações no PR e em MS
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 16/05/2006, Especial, p. A6
A onda de violência que assola São Paulo desde sexta-feira teve reflexos no Mato Grosso do Sul e no Paraná. O Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção criminosa que domina os presídios paulistas, teria orientado presos nesses Estados a deflagrar rebeliões. Foram registrados ataques a ônibus também em Minas Gerais e na Bahia, mas as autoridades locais não vêem ligação com os atos de terror na capital paulista.
No Paraná, terminou ontem a última das seis rebeliões que aconteciam desde domingo. O governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), negou que os protestos estejam ligados às movimentações paulistas. No domingo, presos amotinados da cadeia pública penduraram presos de cabeça para baixo enrolados em panos. Os detentos exibiram uma faixa com as siglas do PCC.
Ontem também foi o último dia da rebelião dos presos em Mato Grosso do Sul, no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande, onde um preso foi decapitado pela manhã. Na penitenciária, os rebelados fizeram domingo 180 pessoas reféns, a maioria mulheres e crianças. O presídio apresenta superlotação: há 1.300 detentos, mas a capacidade é de 366. A polícia assegurou que não usará de violência contra os presos, que já retornaram às suas celas. Os agentes penitenciários, no entanto, se recusam a retornar ao trabalho e pedem a transferência de pelo menos 500 presos. Em Dourados, os presos libertaram 200 pessoas, mas ainda mantêm 50 reféns.
A última rebelião a terminar foi a da cidade de Campo Mourão, segundo informação da secretaria de Segurança Pública do estado. Na penitenciária, 17 presos mantinham oito pessoas (sete detentos e um policial) como reféns, mas todos foram soltos e a situação foi controlada.