Título: Indústria turbinada
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 04/09/2010, Economia, p. 17

A indústria contribuiu fortemente para o avanço de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre sobre o primeiro em2010. Aliás, a recuperação do setor foi surpreendente. O desempenho, segundo a medição divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 1,9% no período, representando a maior alta na comparação de trimestre contra trimestre anterior desde 2005, quando o salto chegou a 2%. O bom desempenho da atividade fabril também impulsionou o setor de serviços, que cresceu 1,2% entre abril e junho, no confronto comos 3 primeiros meses do ano.

Os números do IBGE mostraramque o setor foi diretamente influenciado por segmentos ligados à indústria. O reflexo maior foi visto no comércio atacadista e varejista, que melhoraram o desempenhoem11,8% sobre abril e junho de 2009, além dos setores de transporte, armazenagem e encomendas, com um avanço de 11,2%. No serviço, os setores que mais cresceramforamos que têm comportamento muito influenciado pela indústria, disse Rebeca Palis, gerente deContasNacionais do IBGE.

Transformação Também se destacou, segundo ela, a intermediação financeira e seguros, que subiram 9,8%.

Para Rebeca, o grupo nunca deixou de ter comportamento positivo, mesmo durante a crise de 2008/2009, embora tenha desacelerado o crescimento. Na indústria, o destaque foi a construção civil que, embalada pelo crédito farto, cresceu ao ritmo de 16,4% no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano passado, exibindo o melhor desempenho da série iniciada pelo IBGEem1996.

Outro destaque foi a indústria da transformação, com aumento de 13,8% no segundo trimestre frente ao segundo trimestre do ano passado. A produção de máquinas e equipamentos foi uma das grandes impulsionadoras para este resultado da indústria da transformação, disse Rebeca. Registraram ainda aumentos acima de dois dígitos, no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2009: a indústria extrativa mineral (14,1%); e a de produção, distribuição de eletricidade, gás e água (10,8%).