Título: Argentinos vão insistir na restrição
Autor: Cristiano Romero
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2004, Brasil, p. A-6

Mesmo com a rejeição brasileira à proposta de introduzir salvaguardas no Mercosul, o governo argentino continuará insistindo na necessidade de criar instrumentos para o que considera ser assimetrias que prejudicam o país na relação com o Brasil. "A Argentina está muito firme e acredita na necessidade de ter instrumentos que nos permitam garantir um desenvolvimento harmônico de todos os sócios do Mercosul", disse por telefone ao Valor o subsecretário de Integração Econômica do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Eduardo Sigal, que compõe a delegação de seu país na cúpula de líderes sul-americanos em Cuzco, no Peru. Sigal, que afirmou que ainda não havia tomado conhecimento da resposta brasileira à proposta argentina, afirmou que pretende "continuar trocando opiniões" sobre o assunto com as autoridades brasileiras. Mas uma fonte do governo argentino, que não quis ser identificada, disse que a reação argentina à posição brasileira deve ser de continuar adotando todas as medidas restritivas que forem consideradas necessárias e estiverem dentro da legalidade. Eduardo Sigal afirmou que até ontem não havia recebido nenhuma notificação oficial sobre a proposta de salvaguardas feita em setembro pelo ministro da Economia, Roberto Lavagna. Segundo Sigal, a expectativa argentina é discutir o tema sexta-feira, em Buenos Aires, num encontro que deveria ter ocorrido nesta última segunda-feira, mas que acabou sendo cancelado pelo Brasil.