Título: Desejo de renovação
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 04/09/2010, Cidades, p. 33

Mais da metade da população do Distrito Federal deseja um governo que rompa com o atual modelo de administração.

O estudo realizado a pedido do Correio Braziliense mostra que 51% dos eleitores têm intenção de votar no candidato que represente a oposição, enquanto apenas 28% são favoráveis à continuidade. O governo federal é bem avaliado e 58% dos brasilienses planejam eleger alguém para dar prosseguimento à política nacional,mas 27% queremmudanças no Palácio do Planalto.

A tendência no Brasil é de os eleitores optarem pela continuidade dos governos locais, mas em Brasília a situação é contrária: os moradores da capital buscam, neste ano, renovar os quadros do GDF. O governismo tradicional deu lugar à repulsa da população devido aos escândalos que ocorreram no fim do ano passado e ainda ecoam na sociedade, explica o coordenador da pesquisa, Adriano Cerqueira.

Descontentes Na coleta de dados, os pesquisadores solicitaram aos entrevistados que se posicionassem sobre o atual governo, mas segundo Cerqueira não é possível dissociar a avaliação do descontentamento sobre a gestão passada. Não tem como mensurar claramente o quanto os números representam um sentimento contra a administração de José Roberto Arruda ou do governador Rogério Rosso, mas mostra que os reflexos das gestões não satisfazem o eleitorado, avalia.

Para o coordenador, a pesquisa revela que os candidatos da oposição estão levando vantagem nestas eleições.

Quem tem conseguido se encaixar melhor no perfil buscado é o Agnelo Queiroz (PT), afirma Cerqueira. Conforme o Correio divulgou na quinta-feira, o petista tem 40% das intenções de votos, seis pontos percentuais a mais do que o segundo colocado, Joaquim Roriz (PSC). A margem de erro é de três pontos para mais e para menos.

Umcruzamento de dados mostra a percepção do eleitorado sobre quem representa a oposição. Para 46% dos entrevistados, o petista defende uma candidatura de renovação, enquanto outros 36% acreditam que o ex-governador representa melhor a mudança. (RT)