Título: Alckmin tem a maioria absoluta dos votos na cidade de São Paulo
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2006, Política, p. A8

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin , teria a maioria absoluta dos votos no município de São Paulo ainda no primeiro turno, segundo pesquisa feita pela Fecomercio, com mil entrevistas e margem de erro de 3,16 pontos percentuais. Pela sondagem, feita no dia 7 de julho, Alckmin conseguiria 47%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva 27%, a senadora Heloisa Helena (P-SOL) 8,5% e outros , 2%. A cidade de São Paulo tem 7,9 milhões de eleitores, número superior ao de todo Rio Grande do Sul (7,7 milhões).

A pesquisa sinaliza que Lula está com menos força na capital do que no restante do Estado. Segundo pesquisa do Ibope divulgada na semana passada, o presidente contaria com 32% de intenções do voto paulista, ante 43% de Alckmin. E muito mais fragilizado do que estava em 2002: na eleição passada, o presidente obteve 42% dos votos na capital do Estado, no primeiro turno.

A capital paulista já é motivo de preocupação da coordenação da campanha presidencial. Neste sábado pela manhã, Lula irá participar de uma caminhada pelas ruas de São Mateus, um bairro da Zona Leste paulistana em que o PT costuma ter suas maiores votações na capital. Em 2002, por exemplo, recebeu no bairro 57% dos votos, ante apenas 16% do então candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

A pesquisa da Fecomercio mostra ainda que a candidata do P-SOL, Heloísa Helena, não consegue entre desiludidos do governo federal a maioria de seus votos. Dos que declaram voto na senadora, 54% afirmam que não votaram no PT em 2002. Um dado interessante da pesquisa, a maioria absoluta dos eleitores da Heloisa Helena (54%) declara terem votado em outros candidatos na eleição de 2002, ou seja, a base da alagoana na cidade não é formada majoritariamente por desiludidos do petismo.

O levantamento mostra que, em São Paulo, Lula é menor do que seu governo. Não há uma rejeição do eleitorado paulistano à administração federal. Aprovam o governo petista 48,9% dos pesquisados, ante 48,6% que o rejeitam. Apenas 10,5% dos entrevistados afirmam acreditar que a economia irá piorar logo após as eleições e 57,6% atribuem a seu governo nota superior a cinco, em uma escala de zero a dez. Mas a rejeição ao petista atinge 46% de pesquisados, que afirmaram que não votariam pela reeleição do presidente em nenhuma hipótese.