Título: Intercâmbio como recompensa
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 05/09/2010, Economia, p. 14

Os cérebros das faculdades brasileiras de engenharia ganham destaque no exterior.

O estudante do quinto ano de engenharia aeronáutica da unidade daUniversidade de São Paulo (USP) em São CarlosWander Gustavo Rocha Vieira, 24 anos, teve o seu projeto de iniciação científica premiado internacionalmente.

Como recompensa, ganhou uma bolsa de doutorado de uma instituição canadense e, no próximo ano, embarca para Otawa para fazer o mestrado a partir de 2011.

Optei pelo mestrado, pois levarei apenas dois anos para concluir o curso e terei a oportunidade de poder voltar ao Brasil em umperíodo mais curto, diz o estudante, que desenvolveu, em seu projeto, uma forma de reaproveitar a energia da vibração de partes do avião, como as asasemcircuitos internos de baixa potência. Pretendo fazer o mestrado na área de helicópteros, confessa.

Iniciação científicanagraduaçãotemsido umaformade as universidades manteremos estudantes no meio acadêmico, comenta o professor FernandoMartini Catalano, coordenadordocurso de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos. Como o assédio dos bancos é grande, incentivar os projetos de iniciação científica na graduação tem sido tambémumgrande diferencial para os alunos, que conseguem bolsa para estudar no exterior,comoé o casodoWander, diz.

O paranaense Juliano Augusto Bonfim Gripp, 22, integra um grupo que despertou interesse de uma multinacional. Estudante do terceiro ano de engenharia eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ele participou deumgrupo do instituto que fez a tradução recente deumnovo software daMicrosoft. Juliano faz parte de uma família de iteanoso irmão mais velho já se formou e faz mestrado, enquanto o mais novo está no primeiro anoe é mais uma testemunha do assédio do mercado financeiro no instituto. Tenho vários colegas que são procurados por bancos, diz. Ele confessa preferir continuar os estudos, e, quem sabe, ir para a área acadêmica. (RH)