Título: Potenciais eleitorais distintos
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 05/09/2010, Cidades, p. 30

A diferença de seis pontos percentuais entre Agnelo Queiroz (PT) e Joaquim Roriz (PSC) reflete a atual tendência de votos dos eleitores brasilienses, mas ela pode e deve mudaratéodiadaeleição.OInstituto CB Data ouviu 1,1 mil pessoas entre29e31deagosto e identificou o grau de conhecimento e o índice de rejeição dos candidatos.

Os dados ajudam a definir o potencial de crescimento de cada um. De acordo com o coordenador da pesquisa, o cientista político Adriano Cerqueira, como o petista é ao mesmo tempo mais desconhecido e tem a menor rejeição em relação ao ex-governador, ele tem mais espaço para crescer na corrida ao Palácio doBuriti.

Na pesquisa, Roriz aparece com 34% das intenções de voto, contra 40% de Agnelo. Emuma das questões, foimedidoograude conhecimento dos candidatos.

Nesse ponto, o ex-governador é disparado o mais lembrado. Disseram conhecer bem Roriz 60% dos entrevistados, enquanto 32% responderam o mesmo sobre o petista. Outros 34% conhecem mais ou menos ou só de nome o ex-governador.Nesse quesito, Agnelo tem 62%.Quantomenosconhecido dos eleitores, mais chance o candidato tem de crescer no decorrer da campanha, explica.

Oentrevistado que afirmouconhecer cada postulante teve de dizer se o indicado era sua única opção de voto; se poderia escolhê-lo, mas também algum outro nome; ou se não votaria naquele candidato de jeito nenhum.Oprimeiro quesito mostra o grau de fidelidade do eleitor. Roriz e Agnelo empataram em 31%. Para o coordenador da pesquisa, esse é o patamar mínimo de cada um. A tendência é de que nenhum dos dois tenha menos votos do que esse percentual de intenção registrado na pesquisa, afirma. Outros 22% dos entrevistados que disseram conhecer Roriz revelaramque podem votar no ex-governador ou em outro candidato. O mesmo ocorre entre 30% dos que declararamconhecer Agnelo.

Adriano Cerqueira explica que o principal aspecto dessa consulta é detectar o grau de rejeição de cada um para poder avaliar o potencial de votos dos candidatos.

Roriz foi desconsiderado como opção de voto por 38% dos eleitores que disseramo conhecer bem.

Agnelo teve 18% de rejeição.

Ao cruzar esses dois levantamentos, o pesquisador consegue traçar o quanto cada candidato pode crescer na campanha. Para uma precisão maior, é observado o percentual de eleitores que conhecem bemumnome e não votariamneledejeito algum.Quando uma pessoa ultrapassa a casa dos 40% nesse quesito, ela praticamente inviabilizaumacandidatura majoritária, afirma Cerqueira.

Quemestá próximo desse índice é o ex-governador Roriz, que amarga 38% de rejeição. Ou seja, praticamente quatro em cada 10 eleitores que o conhecem bem dizemnão votar nele.Roriz estáem umnível perigoso, mas ainda tem competitividade, dizCerqueira.

Por sua vez,opetista é rejeitado por18%dos pesquisados que afirmamconhecêlo bem. A pesquisa explora como está sendo o processo de decisão do eleitor. Não havendo alterações no quadro e se mantendo esses índices, Agnelo mostra ter um teto de crescimento maior que Roriz, explica.

Segundo ele, apesar de ser uma eleição polarizada, cada candidatopodeavançar sobreoeleitorado do adversário. Sempre existe umafatia da população quemuda de ladosempesar a consciência. Indecisos Os indecisos ainda são muitos.

Entre as pessoas abordadas pela pesquisa,14%disseramnãoter escolhido seu candidato ou pretendem votar em branco.Outros 8% manifestaram a intenção de anular o voto. Esses indecisos podem convergir para um dos candidatos, pondera Adriano Cerqueira.

Nas eleições de 2006 para oGDF, a soma do percentual de brancos e nulos foi de 7,61%.Outros 13,88% não compareceram às urnas. A pesquisa doCBData mostra ainda que Toninho do PSol tem 2% das intenções de votos e Eduardo Brandão (PV), 1%. Newton Lins (PSL), RicardoMachado (PCO), Rodrigo Dantas (PSTU) e Frank Svensson (PCB) não atingiram1%.

A margem de erro é de três pontos percentuais para mais e para menos.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TREDF) com a inscrição 28640/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob onúmero 27326/2010.