Título: Usiminas planeja investir US$ 800 mi em ampliação
Autor: Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2004, Empresas, p. B-5
A Usiminas tem planos de ampliar para até 6,8 milhões de toneladas sua capacidade de produção anual de aço, hoje situada em 4,8 milhões de toneladas/ano, anunciou ontem seu presidente executivo, Rinaldo Campos Soares. Será construído um novo alto forno em Ipatinga para a expansão dos 2 milhões de toneladas/ano a mais, além de investir em aciaria e nas linhas finais de produção. O empreendimento vai demandar entre US$ 700 milhões a US$ 800 milhões. A expectativa é de que o estudo de viabilidade do novo projeto deverá ser realizado e concluído no primeiro semestre do ano que vem. "Se o plano for considerado viável, vamos levá-lo ao conselho da companhia", disse Soares. O executivo prevê que a obra deverá estar pronta para entrar em operação em 2008. Ele confirmou que o empreendimento será feito mesmo em Ipatinga (MG), onde a Usiminas está instalada. "Lá temos espaço para um novo alto forno. Já está tudo mapeado", adiantou. Isto vai reduzir muito o custo do projeto, pois não exigirá obras de infra-estrutura, como acontece com novas áreas industriais. No cálculo de Soares, o preço da tonelada de aço do projeto deverá situar-se na casa de US$ 400, contra um custo de US$ 1,2 mil numa usina nova. Os planos da direção da Usiminas são de priorizar a produção de aço de alto valor agregado, com destaque para chapa grossa, cuja cotação está em US$ 2 mil a toneladas. Dos 2 milhões de toneladas a mais da companhia, que a companhia está produzindo em 2008, pelo menos 400 mil toneladas deverão ser de chapa grossa. Soares explicou que o novo projeto de ampliação de produção da usina de Ipatinga é separado dos planos de construção de uma térmica e um equipamento para produção de coque na Usiminas. "Térmica e coqueria já foram aprovadas (pelo conselho). No caso do coque, a idéia é ajustar a capacidade da companhia para torná-la independente na produção desse material, com uma geração de 100% desse insumo. Assim eliminamos a dependência externa. Hoje, a Usiminas tem capacidade de atender 90% das suas necessidades de coque. A novo equipamento vai produzir os 10% restantes, equivalentes a 300 a 400 mil toneladas que a empresa importa. O presidente executivo da Usiminas destacou ainda que estes investimentos serão possíveis por que a companhia, nos dois últimos anos, reduziu sua dívida de US$ 2,5 bilhões para algo próximo de US$ 1 bilhão.