Título: Simpatizantes defendem mudanças
Autor: Raymundo Costa e Cristiano Romero
Fonte: Valor Econômico, 13/07/2006, Poítica, p. A8

O comitê de empresários de apoio ao presidente Lula ainda não ganhou musculatura e pouco deve ajudar na arrecadação de recursos. O grupo é pequeno, cerca de 20 pessoas, e comprometeu-se em encaminhar propostas para o programa de governo. Os simpatizantes petistas não querem vincular-se financeiramente nem pretendem trazer outras lideranças do setor produtivo.

As reuniões do grupo começaram há três semanas, em um encontro com o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Até o fim do mês, eles pretendem apresentar um documento com propostas para a política macroeconômica e para a realização de cinco reformas, nas áreas trabalhista, previdenciária, política, tributária e judiciária.

As propostas, segundo Lawrence Pih - presidente do Moinho Pacífico e um dos coordenadores do comitê -, devem conter pontos polêmicos para os trabalhadores, como aumento da idade para aposentadoria, eliminação de vantagens aos novos aposentados e a flexibilização das leis trabalhistas.

Os empresários querem pressionar o governo pela diminuição da carga tributária e ações que ajudem a acelerar o crescimento econômico. Apesar de serem temas muito explorados pela campanha de Geraldo Alckmin, considerado o "candidato dos empresários", Pih defendeu a política econômica do governo Lula e acredita que, neste momento, o tucano representa uma mudança arriscada.

Como em 2002, o comitê empresarial traz os nomes do usineiro José Queiroz Bisneto e do Michel Haradon, dono da Fersol, empresa de defensivos agrícolas.