Título: BNDES seleciona fundos de empresas emergentes
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 13/07/2006, Finanças, p. C2

O BNDES já aprovou um investimento de R$ 153 milhões nos fundos GP Logística, Governança e Gestão, CRP VI e Stratus VC III. Foram os quatro primeiros selecionados de um total de nove previstos no programa de investimentos em Private Equity e Venture Capital que o banco iniciou em 2005 e que totalizará aportes de R$ 260 milhões. Um quinto fundo de Venture Capital (ou Empresas Emergentes, no mercado local) que receberá 20 milhões está prestes a ser aprovado e o banco inicia agora a seleção dos outros quatro gestores que receberão os aportes restantes, de cerca de R$ 80 milhões.

A previsão inicial era escolher sete fundos de empresas emergentes e dois de participações (private equity), cujo tamanho dos aportes é maior. Com isso, nessa segunda fase, serão selecionados apenas fundos de empresas emergentes, uma vez que os dois de private equity previstos já foram escolhidos.

Segundo o chefe do departamento de inovação do BNDES, Marcelo Cabrera, o banco de fomento vai destinar R$ 60 milhões ao fundo Governança e Gestão, da gestora homônima, dirigida por Antônio Kandir, que soma investimentos totais de R$ 340 milhões. Outros R$ 60 milhões serão investidos no GP Logística, fundo focado em infra-estrutura da GP Investments, que terá carteira de R$ 440 milhões, disse Cabrera.

Os fundos de empresas emergentes já escolhidos receberão aportes de R$ 18 milhões (Stratus) e R$ 15 milhões (CRP). Cada um deverá ter carteira de R$ 60 milhões.

De acordo com Cabrera, na primeira fase de seleção participaram 24 gestores. Os que não foram escolhidos poderão apresentar-se novamente nessa segunda rodada. As informações sobre o processo de seleção já estão disponíveis no site do BNDES. "Há vários fatores que são levados em conta, como a experiência anterior da equipe, as taxas de administração e performance, se já há montantes captados", afirmou Cabrera. Os setores priorizados são os ligados à inovação, como Tecnologia da Informação e Biotecnologia.

Ele lembrou que o banco entra sempre com montantes que representem até 30% do patrimônio total a ser levantado pelo fundo. "Com isso, esses R$ 260 milhões podem alavancar mais de R$ 1,2 bilhão. No caso dos fundos de private equity, os montantes totais chegaram a ser mais de seis vezes o valor do aporte do BNDES", disse o executivo.

Outro requisito do banco é que as empresas que recebem o apoio do fundo tenham compromisso com a boa governança. "O estatuto dessas empresas já vai sendo todo preparado e adaptado para que em algum momento elas fiquem prontas para abrir capital no Novo Mercado", afirmou Cabrera. Duas das empresas nas quais o BNDES investiu no passado já efetivaram esse processo: a Totvs e a Lupatech.