Título: Mercado mundial cresceu 2,5% em 2005
Autor: Janes Rocha
Fonte: Valor Econômico, 13/07/2006, Finanças, p. C3

O mercado segurador mundial movimentou US$ 3,426 trilhões em 2005, sendo US$ 1,974 trilhão em seguros de vida e US$ 1,452 trilhão nos demais ramos - os chamados seguros não-vida, que incluem automóveis, aviação, navegação, responsabilidade civil entre outros. O crescimento em relação a 2004 foi de 2,5% com maior contribuição dos seguros de vida que cresceram 3,9% enquanto os não-vida cresceram apenas 0,6%.

Os dados fazem parte da versão 2006 de um relatório anual elaborado pela suíça Swiss Re, maior companhia de resseguros do mundo, e divulgado ontem. De acordo com o trabalho, intitulado "World insurance in 2005", o Brasil registrou avanços importantes no setor. O país subiu uma posição, de 21º para 20º, no ranking mundial ao elevar de US$ 18 bilhões (incluindo vida e não-vida) para US$ 24 bilhões o faturamento em prêmios das seguradoras locais. A produção em prêmios, que significava 0,56% da produção global em 2004 subiu para 0,70% em 2005, ou seja, um aumento de 25%.

O consumo per capita de seguros no Brasil, que era US$ 101,10 em 2004 (55ª posição no ranking mundial) subiu para US$ 128,90, um crescimento de 27,5% que alçou o Brasil para o 50º lugar. A participação dos seguros no PIB brasileiro aumentou de 2,98% em 2004 (49º lugar) para 3,01% (46ª posição) na contabilidade em dólares.

A nível mundial, o crescimento maior dos seguros de vida se explica, segundo o relatório da Swiss Re, pela preocupação com a aposentadoria e a segurança financeira na terceira idade, que têm estimulado a demanda por seguros de vida em todo mundo, incentivado por ações dos governos no sentido de estimular a troca dos sistemas públicos de provisão para os idosos pelos privados.

Já os seguros não-vida desaceleraram, principalmente os de aviação e marítimos que experimentaram forte alta de preços nos últimos anos, e foram muito afetados pelo desastre causado pelos furacões Katrina e Rita que atingiram a costa americana no ano passado. As seguradoras e resseguradoras perderam US$ 83 bilhões com estes desastres segundo cálculos da Swiss Re.

Mesmo assim, o setor manteve a solidez e a rentabilidade em 2005, garantido pelo grande fluxo de investimentos no negócio de seguros e resseguros. De acordo com os dados da Swiss Re, o mercado mundial de seguros ainda é dominado pelos países ricos, que respondem por 88% da produção de prêmios, mas os mercados emergentes estão em expansão mais rápida e elevaram sua participação em 1,1% em comparação a 2004, para 12%.

Segundo o estudo, o mercado de seguros dos países emergentes cresceu 7% no ano passado atingindo US$ 256 bilhões em prêmios de seguros de vida e US$ 171 bilhões em seguros não-vida, reflexo do crescimento econômico. A América Latina, na contramão dos demais emergentes, registrou um declínio de 2,1% em 2005 o que é atribuído à queda nas vendas de planos de previdência nos maiores mercados (México, Chile e Argentina, que representam cerca de 40% dos seguros de vida na Região). Nestes países, a maior parte dos planos de previdência é vendida em conjunto com um seguro de vida, que garante a indenização aos beneficiários em caso de morte do titular antes do fim do prazo de contribuição ao plano.

No Brasil, que responde por 45% do mercado latino-americano, o faturamento em prêmios das seguradoras de vida cresceu apenas 0,3% reais, sofrendo impacto da queda do mercado de previdência (por conta da mudança nas regras tributárias), em parte compensado por um crescimento dos negócios de seguros de vida em grupo.