Título: Lobby pelo segundo turno
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 15/09/2010, Política, p. 3

Marina Silva defende prazo maior para definir o novo presidente emfunção das denúncias por esclarecer

Acandidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu ontem a necessidade de segundo turno para que haja tempo de os eleitores tomarem conhecimento de eventuais conclusões das investigações em curso.Marina referiase aos escândalos do vazamento de sigilos fiscais de parentes e tucanos ligados a José Serra (PSDB) e de tráfico de influência dentro da Casa Civil, supostamente comandado pelo filho da ministrachefe, EreniceGuerra. Semcitar o nome de Dilma Rousseff (PT), Marina ressaltou que a vitória em primeiro turno¿como apontam as pesquisas de intenção de voto ¿pode frustrar os eleitores dias depois, emrazão de possíveis descobertas sobre os dois escândalos.

¿Imaginese fordadoumveredicto (no primeiro turno da eleição presidencial) e, 30 dias depois, serem descobertos fatos agravantes?¿, questionou a candidata, ao fim da sabatina promovida na manhã de ontem, em Brasília, pela Ordem dosAdvogadosdoBrasil(OAB).¿O presidente Lula concorreu várias vezes e sempre foi para o segundo turno. Estou fazendo verdadeira preleção para ir ao segundo turno, inclusive para melhor esclarecer esses fatos todos¿, disseMarina.

A candidata criticou o fenômeno de transferência de votos de Lula para Dilma com base no critério da gratidão. ¿Não se pode estabelecer a ideia de voto por gratidão. O eleitor é livre para votar em quem acredita, trata-se de uma sucessão¿, afirmou. À tarde, Marina visitou a cooperativa de catadores de papel 100 dimensão, no Riacho Fundo. A presidenciável elogiou a organização dos trabalhadores, que mantêm uma brinquedoteca para não levar os filhos para as ruas, onde coletam material reciclável. Durante a agendaemBrasília, a candidata do PV foi recebida no Tribunal de Contas da União, para conhecer ferramentas de combate à corrupção.

Propostas José Serra participou do encontro com os conselheiros da OAB na segunda-feira. Ontem, foi a vez deMarina e de Plínio de Arruda Sampaio (PSol). Dilma, líder nas pesquisas, decidiu não participar. No formato do encontro, cada um dos candidatos teve uma hora para apresentar propostas e responder aos questionamentos, separadamente.

O candidato do PSol repetiu, na sabatina, o estilo performático apresentado nos debates. Plínio afirmou que se fosse o atual presidente da República demitiria ¿de Erenice Guerra para baixo¿, em referência às acusações de tráfico de influência na Casa Civil, comandada pela titular da pasta.¿Éumbiombo atrás do outro na campanha daDilma.¿ Colaborou Josie Jeronimo