Título: Juros reais altos mantêm a atratividade dos fundos DI
Autor: Luciana Monteiro
Fonte: Valor Econômico, 03/07/2006, Eu &, p. D1

Mesmo com a promessa de volatilidade neste mês, a maioria dos especialistas acredita que o Banco Central brasileiro manterá a trajetória de queda da taxa básica de juros, Selic. Ainda assim, os fundos de renda fixa se mantêm alternativas bem atrativas para os investidores mais avessos ao risco, dizem os consultores.

Os juros reais, na faixa de 10% ou 11% ao ano, continuam bem atrativos, avalia Mohamed Mourabet, gestor da Victoire Finance Capital. Ele trabalha com a taxa básica de juros na casa dos 14% ou 14,5% no fim do ano.

Nesse contexto, os fundos DI, compostos por papéis pós-fixados, continuam muito interessantes neste momento de apreensão pois não correm o risco da oscilação dos juros e continuam proporcionando excelente juro real, diz o consultor Fabio Colombo. Em julho, até o dia 27, o rendimento bruto da categoria foi de 1,01%. O Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que serve de referencial para as carteiras de renda fixa, encerrou o mês com variação de 1,18%.

A maioria dos analistas conta com um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom, que será realizada entre os dias 18 e 19 deste mês. "A redução, seja de 0,25 ou 0,5, já está no preço dos papéis, portanto não vejo ganhos para os renda fixa prefixados muito acima do retorno dos fundos DI", avalia Delano Franco, diretor da Mellon Global Investments Brasil.

No ano, os fundos DI registram ganhos de 7,60%, até 27 de junho. O CDI no semestre variou 7,77%. Já as carteiras de renda fixa que podem comprar papéis prefixados tiveram rentabilidade de 1,04% em junho e de 7,51% no ano, até dia 27. Os CDBs renderam 1,18% no mês passado e 7,96% no ano. Os fundos de renda fixa apresentam-se como boas opções de diversificação para investidores moderados e agressivos, avalia Colombo.

O investidor deve decidir aplicar com base no grau de risco que está disposto a correr. "Ele deve projetar, por exemplo, um cenário adverso e ver se ficaria confortável com as oscilações dos ativos", diz Franco, da Mellon.

Os imóveis comerciais continuam com preços historicamente baixos, embora continuam a apresentar recuperação de preços com a maioria nas perspectivas do crescimento econômico, diz Colombo. "É opção para diversificação de portfólio de investidores com perfil conservador e moderado." (LM)