Título: Cresce o salário dos presidentes brasileiros
Autor: Andrea Giardino
Fonte: Valor Econômico, 26/06/2006, Eu &, p. D6

O cenário econômico estável e o bom desempenho das empresas permitiram que os salários dos executivos no Brasil crescessem em 2005. Uma pesquisa realizada pela Deloitte com 129 empresas aponta que quem mais saiu ganhando foram os presidentes. Em maio de 2006, eles receberam em média R$ 56, 9 mil (entre salário e incentivos). Um aumento de 15% sobre a remuneração recebida no mesmo mês em 2005. Só de bônus, eles conseguiram 3,57 salários extras, enquanto em 2005, esse valor foi de 3,29.

De acordo com Fábio Mandarano, consultor da Deloitte, o principal indicador do pagamento de bônus e gratificações pelas empresas foi o resultado operacional registrado no período (70%), seguido do fator produtividade (50%). Política que continuará bastante agressiva, atrelada ao cumprimento de metas. "Um presidente que atingir 100% dos objetivos traçados pela empresa, por exemplo, deverá receber 4,96 salários a mais este ano, segundo nos informaram os participantes da pesquisa", diz.

Com relação aos critérios de concessão de reajustes salariais aplicados no último ano, 55% das empresas ouvidas deram aumento real. Quanto à forma de remuneração, 15% já considera as habilidades e competências como um aspecto relevante na hora de bonificar os executivos. No entanto, a remuneração por cargo continua sendo a prática mais adotada no mercado, com 82%. A A participação nos lucros e resultados aparece com 69% e remuneração variável com 26%.

Para o fim de 2006, as perspectivas são positivas. A maioria das companhias (64%) espera expandir os negócios e 68% acredita ampliar o faturamento. Entre os investimentos previstos, a prioridade das companhias é a melhoria da qualidade e produtividade dos funcionários, com 90%, seguida do desenvolvimento de recursos humanos, 84%. "Este é um dado importante porque mostra o interesse na formação de talentos", observa Mandarano.