Título: Analistas esperam mais três cortes na Selic até fim do ano, para 14,25%
Autor: Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 18/07/2006, Finanças, p. C2
A pesquisa semanal de mercado do Banco Central mostra que os analistas econômicos esperam do Comitê de Política Monetária (Copom), na sua reunião que começa hoje e termina amanhã, um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que cairia a 14,75% ao ano.
A expectativa é que sejam feitos ainda mais dois cortes nos juros até o fim do ano. Em agosto, a autoridade monetária reduziria a Selic em 0,25 ponto, para 14,5% ao ano, mantendo esse percentual no encontro de outubro (não haverá reunião nos meses de setembro e dezembro, devido ao novo calendário com oito encontros adotado neste ano, em vez de 12, vigente até 2005).
Em novembro, os juros voltariam a cair em 0,25 ponto, segundo a expectativa mediana dos analistas, encerrando 2006 em 14,25% ao ano. Na visão dos analistas, o relaxamento da política monetária teria continuidade em 2007. Seria feito um corte de 0,25 ponto em janeiro e, depois de uma pausa na reunião seguinte, de março, seria feito outro pequeno corte em abril. No fim do ano, a Selic estaria em 13%.
O que abre caminho para o corte de juros é a inflação sob controle, ancoradas nas metas de inflação. O IPCA projetado para 2006 foi reduzido pela sétima vez consecutiva, de 3,81% para 3,77% ao ano, bem abaixo da meta fixada para o ano, de 4,5%. O índice de inflação projetado para 12 meses registrou leve recuo, de 4,41% para 4,39%, e as expectativas para 2007 mantiveram-se em 4,5%, coincidindo com a meta fixada para o ano.
Os analistas estão enxergando um quadro inflacionário mais benigno no curto prazo, com aceleração moderada a partir de 2007. A projeção para o IPCA de julho foi reduzida, de 0,3% para 0,24%, assim como o índice esperado para agosto, de 0,35% para 0,34%.
Há sinais de que, nas próximas semanas, as projeções possam cair ainda mais. Um indicador antecedente da tendência da inflação são os chamados Top 5 de curto prazo, conjunto de cinco analistas que mais acertam suas projeções. Eles reduziram ainda mais sua projeção de inflação de julho, de 0,32% para 0,22%, mas mantiveram estável em 0,35% sua projeção para agosto.
O dado negativo nas projeções inflacionárias de 2006 continua a ser os IGPs, que estão na sexta semana seguida de alta. O IGP-DI passou de 3,61% para 3,63%; e o IGP-M, de 3,72% para 3,74%. Para 2007, porém, as projeções seguem ancoradas em 4,5%.