Título: Confiança surpreende e puxa bolsas
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Fonte: Valor Econômico, 30/11/2011, Finanças, p. C2

O inesperado aumento da confiança dos consumidores nos Estados Unidos e a expectativa em torno do encontro de ministros europeus de Finanças deram suporte às bolsas internacionais nesta terça-feira.

Os mercados europeus já haviam fechado quando teve início o encontro dos 17 ministros das Finanças da zona do euro, em Bruxelas. Eles teriam discutido os chamados eurobônus, papéis com garantia conjunta - uma fórmula de um por todos e todos por um para garantir a dívida. Por ora, cada país emite seu próprio bônus e deve pagar diferentes taxas de juros.

Durante a reunião, os ministros confirmaram que os governos da região concordaram em liberar a sexta tranche de ajuda financeira para a Grécia, no valor de € 8 bilhões, para evitar que o país dê calote no pagamento de suas dívidas. Outro bom sinal para o mercado veio da venda de € 7,5 bilhões em títulos realizada pelo governo da Itália.

No campo negativo, os investidores receberam um alerta da Moody"s, que pode rebaixar o rating de 87 bancos de 15 países europeus para refletir a eventual retirada de apoio de governos locais. A agência informou que a nota da dívida subordinada deve ser reduzida em dois níveis, em média, e as demais devem ser cortadas em um degrau.

Enquanto a Europa busca alternativas para sair da crise, nos Estados Unidos o índice de confiança do consumidor apresentou alta de 40,9 em outubro para 56,0 em novembro. O dado surpreendeu o mercado e ficou bem acima dos 45,0 esperados por analistas. O nível é o maior desde julho.

As declarações da vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen, que afirmou que a autoridade monetária tem margem de manobra para estimular a recuperação econômica dos EUA, também foram bem recebidas.

Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,28%, o S&P 500 fechou em alta de 0,22%. Na contramão, o Nasdaq registrou queda 0,47%. O destaque da sessão foi a American Airlines, cujas ações despencaram 84% após o pedido de concordata feito pela AMR, controladora da companhia. A empresa era a única entre as maiores companhias aéreas americanas que não havia entrado em recuperação judicial na última década.

Na Europa, o índice FTSE 100, da bolsa de Londres, subiu 0,46%, para 5.337 pontos; em Paris, o CAC 40 avançou 0,46%, para 3.026 pontos; e o DAX registrou alta de 0,95%, para 5.799 pontos.