Título: Embarques devem gerar receita de US$ 5,8 bilhões
Autor: Patrick Cruz
Fonte: Valor Econômico, 13/12/2004, Agronegócios, p. B-10

O Brasil deve fechar o ano com uma receita recorde de US$ 5,8 bilhões em exportações de carnes, 42% de alta em relação a 2003. Já os embarques devem crescer 23%, para 4,2 milhões de toneladas. As projeções foram feitas pelo coordenador-geral de apoio à comercialização do Ministério da Agricultura, Eliezer Lopes, na sexta-feira, e se baseiam nos números da balança comercial do agronegócio nos primeiros 11 meses deste ano. Os resultados garantem ao Brasil a liderança nas exportações de carne bovina (em volume) e de frango (em volume e receita). "Além da qualidade e da sanidade das carnes, da competitividade da pecuária e do marketing agressivo desenvolvido no exterior, as exportações brasileiras foram favorecidas pelos problemas sanitários ocorridos nos Estados Unidos e Canadá", afirmou Lopes em comunicado do Ministério.

Segundo ele, os casos de "vaca louca" nos Estados Unidos e Canadá beneficiaram as exportações de carne bovina. Como Austrália e Nova Zelândia passaram a fornecer aos mercados japonês e coreano, antes da "vaca louca" atendidos pelos EUA, o Brasil ganhou espaço em mercados como Rússia, Chile, Holanda, Egito, Itália, Alemanha, Irã, Hong Kong e Argélia. Até novembro, as exportações de carne bovina totalizaram US$ 1,8 bilhão, 74,3% mais que nos primeiros onze meses de 2003. O volume embarcado no período somou 849 mil toneladas, alta de 50% ante igual intervalo de 2003. Principalmente em função da influenza aviária na Ásia e em partes dos EUA, as exportações de carne de frango também cresceram significativamente. Foram US$ 2,2 bilhões até novembro, 44% mais que em igual período de 2003. Os embarques cresceram 23%, para 2,1 milhões de toneladas. Os embarques de suínos ficaram quase estáveis até novembro, mas a receita cresceu. Foram US$ 665 milhões, alta de 34,7% sobre igual período de 2003. Eliezer Lopes explicou que o embargo russo às carnes não foi tão prejudicial porque o país ampliou vendas para outros mercados. "Além disso, a Rússia comprou do Brasil mais do que pretendia por falta de fornecedores", afirmou.