Título: Militantes vermelhos e azuis trocam vaias
Autor: Boechat, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 11/09/2010, Cidades, p. 34

O embate ocorreu em São Sebastião, durante atividades de campanha de Agnelo Queiroz , mas não houve violência

São Sebastião foi a cidade escolhida pelo postulante do PT ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para iniciar o corpo a corpo da sexta-feira. A exemplo do que ocorreu em outras regiões, como Riacho Fundo, cabos eleitorais e apoiadores do principal adversário de Agnelo nas urnas, Joaquim Roriz (PSC), marcaram presença no percurso trilhado pelos petistas. Apesar de as duas militâncias se estranharem, não foram registradas ocorrências.

Agnelo chegou a São Sebastião às 8h30 para participar de um café da manhã com artesãos. O vice da chapa, Tadeu Filipelli (PMDB), e o candidato ao Senado Rodrigo Rollemberg (PSB) acompanharam a agenda. Durante o encontro, Agnelo disse que a economia solidária vai ser o principal pilar das regiões administrativas, caso ele seja eleito. Vai ajudar a diminuir a desigualdade social, aumentar a inclusão e gerar renda, afirmou o político.

Enquanto os integrantes da coligação Um novo caminho conversavam com os artesãos, apoiadores de Roriz faziam uma manifestação em frente ao local. Munidos de carro de som, bandeirinhas e panfletos, os militantes do grupo azul seguiram os adversários até o terminal rodoviário, local de concentração de uma caminhada petista, que começaria às 10h.

Ao longo da caminhada, por várias vezes, os rorizistas passaram em meio ao grupo petista. Houve troca de vaias e sinas de negativo com o dedo polegar, mas sem confronto físico. Na altura dos bairros Vila Nova e São José, Agnelo cumprimentou os moradores e posou para fotos. As pessoas pediram melhorias nas áreas de saúde, segurança e habitação. Precisamos do registro em cartório, para que os moradores consigam regularizar a posse dos lotes, disse o candidato.

À tarde, Agnelo reuniu-se com catadores de lixo. À noite, o petista iria caminhar pela Vila Planalto, mas acabou cercado por apoiadores que o estimularam a improvisar um comício.

3441-1000 - Telefone da Central de Atendimento ao Eleitor

Voto útil para depois

Mara Puljiz

A 22 dias das eleições, o candidato Toninho do PSol aperta o passo na corrida ao Buriti. Além de entregar panfletos aos cidadãos, ele tem falado sobre o segundo turno, o voto útil e o processo de impugnação do registro de Joaquim Roriz (PSC). Percebemos que muitos dos nossos eleitores querem votar no Agnelo para eliminar Roriz, mas as pessoas têm que entender que haverá segundo turno e elas podem votar tranquilamente no candidato do coração, disse. Toninho espera que a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o destino do ex-governador saia nos próximos 15 dias, a fim de que sobre tempo hábil para incendiar a campanha na última semana antes da votação.

O postulante do PSol iniciou a agenda de compromissos ontem às 8h30, com uma caminhada pelo Setor de Oficinas Norte (SOF Norte). Permaneceu no local até as 11h20. O candidato falou sobre as propostas de melhoria para o setor, entre elas, a instalação de infraestrutura, mais policiamento, transporte e a garantia de uma destinação adequada para os resíduos químicos, hoje despejados no asfalto. A tinta é tóxica, vai direto para a rede de esgoto e polui o Lago Paranoá, observou.

Além do problema ambiental, o SOF Norte ainda enfrenta problemas de organização. Os carros ficam estacionados nas vias de tráfego, o que confunde os motoristas. O setor foi implantado em 1997 e, desde aquela época, está esquecido. É claro que temos também de fazer um trabalho de instrução e conscientização das pessoas daqui para organizá-lo da melhor maneira possível, disse. Após a caminhada, Toninho seguiu para a gravação de programas do horário eleitoral gratuito e, às 16h30, deu início a um corpo a corpo com moradores e comerciantes do Varjão e do Centro de Atividades do Lago Norte.

"As pessoas têm que entender que haverá segundo turno e elas podem votar tranquilamente no candidato do coração Toninho do PSol

PV cobra presença feminina

Mariana Sacramento

Eduardo Brandão, candidato do PV ao Palácio do Buriti, protocolou ontem à tarde no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma representação para o cumprimento da cota de gênero determinada pela lei eleitoral. A determinação está no terceiro parágrafo do artigo 10 da Lei nº 9.504/97 e indica que os partidos ou coligações devem preencher o mínimo de 30%(1) e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. No Distrito Federal, o PV foi um dos únicos partidos que respeitaram o limite proporcional para as mulheres. Queremos que o TRE verifique quais partidos não cumpriram a lei e peça explicações a eles, disse Brandão.

Antes, a legislação aceitava apenas a reserva proporcional das vagas, mas a redação foi alterada pela Lei nº 12.039/2009, que trocou o verbo reservar pelo preencher. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já afirmou que os partidos serão obrigados a atender a exigência legal. A mulher traz mais sensibilidade às questões políticas. Ela tem uma maior sensibilidade para cuidar, para criar, defendeu o candidato verde. A lei não prevê sanção para o partido ou a coligação que descumprir a cota. O TRE terá de se posicionar sobre o assunto pela primeira vez. Não há prazo estipulado para esse parecer.

Antes de ir ao tribunal, Eduardo Brandão participou de atividades no Itapoã, onde apresentou propostas para a área de habitação, como a criação da Secretaria Extraordinária de Condomínios, Loteamentos e Parcelamentos de Solo. No meu governo a questão da regularização dos condomínios será prioridade. Cerca de 600 mil pessoas, de todas as classes, vivem uma instabilidade jurídica em relação às suas casas. Temos que resolver esse problema.

1 - Disparidade Reportagem publicada pelo Correio em 14 de agosto mostrou que, dos 19 partidos do DF, apenas cinco registraram o percentual de 30% de mulheres para a disputa na Câmara Legislativa, por exemplo. Segundo a matéria, a maior disparidade entre o que determina a lei e o número registrado de candidatas foi o PSol (14%), seguido pela coligação PTC/PRP (16,6%) e pelo PT, que cadastrou sete mulheres e 33 homens para o cargo de distrital.

"No Distrito Federal, o PV foi um dos únicos partidos que respeitaram o limite proporcional para as mulheres Eduardo Brandão (PV)