Título: Setor de embalagens conta com reposição em janeiro
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2004, Brasil, p. A4

A indústria de embalagens ainda sente sinais contraditórios neste fim de ano. No segmento de embalagens plásticas, a perspectiva é de boas vendas porque o varejo está sem estoque. Já no segmento de papelão, o setor vem com vendas estáveis desde agosto e ainda não tem pedidos para janeiro. A indústria de embalagens plásticas, que fabrica sacos usados em supermercados e fatura cerca de US$ 3 bilhões, imagina que o baixo volume de estoques do varejo fará a indústria começar o ano com um bom volume de pedidos e vendas mais altas em janeiro. Os volumes em novembro e dezembro não foram elevados, conta o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), Rogério Mani. Mas o cenário não está garantido. "Há uma cautela nas compras devido aos aumentos de preços das resinas acumulados ao longo do ano em torno de 70%", afirmou Mani. Ele espera um volume de vendas 10% maior no primeiro trimestre sobre 2004 e, para o ano, a projeção é fechar com alta de 12%. O presidente do grupo Orsa, Sérgio Amoroso, disse que ainda não dá para perceber se janeiro terá um ritmo maior nos pedidos de mercadorias. "Os pedidos começam a chegar dez dias antes. É cedo ainda", disse. Sazonalmente, os fabricantes de papelão ondulado têm uma queda nas vendas nos primeiros meses do ano. "Temos, contudo, observado uma acomodação das vendas desde agosto que vem se repetindo também em dezembro", disse Amoroso. Depois de um crescimento de 12% a 13% no volume de vendas em 2004, Amoroso acredita que 2005 deve começar com um ritmo menos acentuado. "Estamos prevendo uma alta de 4% do PIB", disse.