Título: FMI nega término das negociações
Autor: Tatiana Bautzer
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2004, Brasil, p. A6

O Fundo Monetário Internacional (FMI) negou que tenha sido autorizada a exclusão de gastos do Ministério dos Transportes das contas públicas de 2005. A diretora do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Teresa Ter-Minassian, disse numa resposta por e-mail: "Ressalto que ainda estamos discutindo com as autoridades, não uma exclusão de investimentos das contas públicas, mas uma modesta mudança da meta de superávit primário para acomodar investimento público prioritário sob um projeto-piloto que tem o objetivo de melhorar os mecanismos de seleção e implementação de investimentos públicos no Brasil". A diretora confirmou que o valor total em discussão com a Fazenda é de R$ 2,5 bilhões. Segundo executivos do FMI envolvidos com a discussão ocorrida no Brasil na semana passada com técnicos do Fundo, o que foi negociado foi a inclusão de algumas obras no estudo orçamentário em discussão no organismo, o que ainda não significa sinal verde para exclusão do cálculo do superávit. O Ministério dos Transportes não negocia diretamente com o Fundo - o único interlocutor do FMI entre os ministérios é a Fazenda. Para excluir os gastos, primeiro será necessário o estudo dos projetos pelo Fundo (fase que acabou de começar) e posteriormente a aprovação pela diretoria. O objetivo do governo brasileiro é excluir até R$ 3,0 bilhões para gastos no ano que vem, mas ainda não foram aprovados projetos específicos. Segundo um membro da diretoria do FMI, o projeto precisará ter comprovadamente uma perspectiva de retorno positiva.