Título: Moderfrota é instrumento para modernização dos equipamentos
Autor: Gleise de Castro
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2004, Especial Agronegócios, p. F4

Criado em fins de março de 2000, o Programa de Modernização da Frota de Tratores e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é o principal instrumento que os agricultores dispõem para financiar a compra de máquinas agrícolas. No atual ano-safra, que vai de 1º de julho de 2004 a 30 de junho de 2005, o BNDES destinou ao programa R$ 5,5 bilhões, valor 144% superior ao da safra 2003/2004. O Moderfrota é responsável por cerca de 90% das vendas dos fabricantes de máquinas agrícolas para o mercado interno, que devem fechar 2004 com um total de 38 mil unidades, volume 54,5% maior do que o registrado em 1999, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Esses números mostram que o programa tem uma função extraordinariamente importante na renovação da frota de máquinas agrícolas dos produtores rurais", diz Persio Luiz Pastre, vice-presidente de máquinas agrícolas da Anfavea e diretor da New Holland. Entre as vantagens do programa figura a disponibilidade integral de recursos desde o primeiro dia do ano-safra, ou seja, sem a dependência de cronogramas de liberação de crédito. Além disso, os juros são competitivos, compatíveis com a renda da atividade, e fixos - de 9,75% ao ano para produtores com renda agropecuária bruta abaixo de R$ 150 mil e para os financiamentos destinados à aquisição de equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café, e de 12,75% para aqueles que tiverem renda igual ou superior a R$ 150 mil. Também os prazos para pagamento são vantajosos - um trator pode ser pago em até cinco anos e uma colheitadeira em até seis anos. As parcelas são na maioria dos casos semestrais e podem ser negociadas com as agências bancárias de forma a vencerem na época em que o agricultor estiver com receita, o que ocorre depois da comercialização da safra. " Isso dá tranqüilidade ao produtor para fazer seu planejamento financeiro", observa Pastre. O produtor rural chegou ao fim da década de 1990 com uma demanda reprimida por máquinas e implementos agrícolas estimada entre 150 mil e 170 mil unidades pelo vice-presidente da Anfavea. Isso aconteceu porque, devido aos diversos planos econômicos e outras dificuldades, os agricultores ficaram descapitalizados. Com o programa do BNDES, puderam trocar suas máquinas obsoletas, o que foi essencial para atender ao aumento da produção e da eficiência produtiva dos últimos anos. Já os fabricantes de tratores e colheitadeiras instalados no país, motivados pela confiança transmitida aos agricultores, que passaram a comprar cada vez mais máquinas modernas e sofisticadas, investiram US$ 310 milhões entre 2001 e 2003 em suas fábricas, na melhoria de processos, desenvolvimento e lançamento de novos produtos, segundo Pastre. Tanto que puderam até ampliar suas exportações de US$ 450 milhões em 1999 para US$ 1,6 bilhão estimado para este ano.