Título: Aumenta o consumo de defensivos
Autor: De São Paulo
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2004, Especial Agronegócios, p. F5

Enquanto o setor de fertilizantes torce para produzir o mesmo volume do ano passado, o mercado de defensivos agrícolas comemora a expansão. Para defender as lavouras brasileiras, os agricultores investiram, em 2003, US$ 3,1 bilhões, número que deve chegar a US$ 3,7 bilhões neste ano, segundo a estimativa da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos (Aenda), que reúne empresas produtoras de defensivos agrícolas de capital nacional. "A utilização desse tipo de insumo tem protegido as plantas e assegurado ganhos de produtividade nas lavouras. O produtor sabe que é necessário investir em tecnologia para obter maior margem de lucro", afirma Túlio Teixeira de Oliveira, diretor-executivo da Aenda. A entidade faz questão de ressaltar que o Brasil está entre os maiores consumidores de defensivos agrícolas do mundo. Por isso, a indústria aposta em novos produtos, investindo anualmente cerca de US$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento. O impacto da queda do preço da soja para os produtores de defensivos agrícolas será sentido apenas no balanço de 2005, quando o volume de vendas deverá igualar o de 2004. Como no mercado de fertilizantes, as lavouras que demandam mais defensivos são as de soja (44%), algodão (10%), milho (8,5%) e cana-de-açúcar (8%). Essas culturas lançam mão da tecnologia de herbicidas, fungicidas e inseticidas para proteger as plantas e os investimentos realizados no início do plantio, a exemplo da compra de sementes e de adubos. Beto Studart, presidente da Agripec Química e Farmacêutica, acredita que fechará 2004 com faturamento de US$ 210 milhões. Otimista com a próxima safra, ele espera crescer mais de 50% em 2005, apesar das adversidades do mercado. "Estamos projetando faturamento de US$ 300 milhões a US$ 315 milhões para o próximo ano", adianta. Com sede no Ceará, a Agripec aposta na diversificação de culturas e nas lavouras do Centro-Oeste e do Nordeste. (E.T.)