Título: Macroplan prevê alta anual de 4,7% do PIB até 2007
Autor: Janaina Vilella
Fonte: Valor Econômico, 15/12/2004, Brasil, p. A3

A manutenção de uma conjuntura externa favorável ao Brasil aliada a uma política interna de boa governança, com qualidade da gestão e dos gastos públicos, garantirão ao país um crescimento médio anual de 4,7% nos próximos três anos. Esta é uma das conclusões do estudo "Quatro cenários para o Brasil 2005-2007", da consultoria Macroplan, que será divulgado hoje ao mercado financeiro. Segundo Claudio Porto, economista e diretor-presidente da empresa, um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) acima dos 3,5% projetados pelo Banco Central para 2005 vai exigir elevados investimentos produtivos privados, principalmente em infra-estrutura e logística. "Acreditamos que com o risco Brasil em torno de 290 pontos os investidores voltarão ao país. Mas o volume expressivo só começará no ano que vem. A taxa de investimento estimada para 2004 está em 20% do PIB. Em 2005, porém, chegará a 23% do PIB", disse Porto ao Valor. Ele acredita que a continuidade da política econômica "com ajustes de dosagem", permitirá ao governo avançar na agenda microeconômica e melhorar a execução das políticas sociais, o que se traduzirá em geração de emprego e renda. "Nesse contexto, a taxa de juro deve ter um piso. Dentro de uma expectativa de inflação de 6,5% em 2005, o juro básico deve ficar na casa dos 15%", calcula Porto. De acordo com o diretor da Macroplan, os resultados satisfatórios da economia nos próximos dois anos pavimentarão o caminho para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Porto avalia que a saída do PMDB e do PPS da base do governo pode até "estremecer", no curto prazo, a condução da política econômica, mas não será suficiente para reverter a curva ascendente dos indicadores econômicos. "Só mesmo o surgimento de dificuldades políticas internacionais poderia levar o país a viver um segundo cenário, onde as condições de precarização da governabilidade poderiam levar a uma flexibilização da política econômica", defende Porto.