Título: Popularidade de Lula cresce pela terceira vez
Autor: Taciana Collet
Fonte: Valor Econômico, 15/12/2004, Política, p. A10
Os números positivos da economia estão refletindo na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa do Instituto Sensus divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que o desempenho pessoal do presidente cresceu pela terceira vez consecutiva - passou de 58,8% para 65,4%, o melhor resultado do ano. A avaliação positiva do governo subiu de 41,3% em setembro para 44,5%. O instituto também verificou a tendência para a eleição presidencial de 2006. A pesquisa indica que Lula seria reeleito em primeiro turno em todos os cenários simulados. "O que era uma tendência de crescimento na avaliação positiva do governo se consolidou como uma realidade, o que se deve aos bons resultados da economia, principalmente à geração de empregos, apesar dos problemas de crise gerencial política, como a crise com o PMDB", avaliou o presidente da CNT e vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade. Em uma das listas de intenção de voto, 43,8% dos entrevistados disseram que votariam em Lula se as eleições presidenciais fossem hoje; 15,5% votariam no ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) aparece com 13,1% e o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), com 8,6%. "FHC está mal-posicionado para quem foi presidente até dois anos atrás", disse Andrade. A pesquisa foi feita com duas mil pessoas em 195 cidades no período de 7 a 9 de dezembro. Para 41% dos entrevistados, a política econômica tem sido conduzida de forma adequada - mesmo percentual verificado em setembro. Mas, na percepção de 63,5% dos entrevistados, os preços subiram e a inflação ainda continua. Na avaliação de 40,7% dos entrevistados, o item que mais aumentou nos últimos meses foi luz/gás/gasolina. Para 73,5% dos ouvidos pela pesquisa, o ano de 2005 será melhor que o de 2004, e para 44,7% a economia vai "crescer um pouco" no próximo ano - 27,1% acreditam que a economia vai crescer muito. Na área social, 42,5% avaliam que as ações estão no rumo certo, com uma pequena melhora em relação à ultima pesquisa. Na área política, houve uma redução no número de entrevistados que consideram adequadas as medidas - de 38,2% para 35,7%. Apenas 2,6% dos entrevistados têm acompanhado o projeto que cria as Parcerias Público-Privadas, em andamento no Congresso. Dos que disseram conhecer o assunto, 23,9% responderam que o setor de educação será o mais beneficiado; 17,9%, saúde. Para 64,4% dos entrevistados, as empresas brasileiras são competitivas. Das reformas estruturais em andamento ou em fase de elaboração, 48 % dos entrevistados consideram a trabalhista como a mais importante. Atrás, com 12,9%, aparece a reforma política. A reforma sindical é mais importante apenas para 4,2%. A questão da abertura dos arquivos secretos não chamou a atenção da maioria da população - 73,3% não têm acompanhado o assunto. Dos que têm conhecimento, 67,2% são favoráveis à abertura.