Título: Senado faz acordo para votar PPPs antes do recesso
Autor: Maria Lúcia Delgado e Henrique Comes Batista
Fonte: Valor Econômico, 16/12/2004, Política, p. A12

Por empenho do presidente do Senado, José Sarney, os líderes partidários da oposição concordaram ontem em fechar um acordo para estender as votações na Casa até terça-feira, viabilizando, desta forma, a aprovação do projeto de lei que cria normas para as parcerias público-privadas (PPPs). Sarney gostaria de deixar a presidência da Casa sem nenhuma matéria pendente para votação no próximo ano. Ficou acertado que Sarney e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, alterariam o ato de auto-convocação do Congresso, para funcionamento até o dia 23, permitindo a realização de sessões no Senado. Ontem, os senadores votaram duas medidas provisórias. Nova sessão está marcada para a manhã de hoje. Está prevista a votação nesta quinta-feira de sete medidas provisórias. Ontem os senadores aprovaram a Medida Provisória 210, que cria e reestrutura carreiras, cargos e funções em vários órgãos e autarquias federais, como no Banco do Brasil, Ministério de Ciência e Tecnologia, e Agência Nacional de Águas (ANA). Como foram feitas modificações no Senado, o texto volta para análise da Câmara. A MP 211, também aprovada, concede crédito especial de R$ 50 milhões ao Ministério da Integração Nacional e de R$ 10 milhões ao Ministério dos Transportes. A Câmara dos Deputados encerrou ontem o ano legislativo sem votar nenhum dos projetos considerados prioritários que estavam na pauta. O insucesso ocorreu apesar de os líderes partidários terem acordado que votariam ao menos um ponto da reforma tributária - o que aumenta o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que geraria mais R$ 1,2 bilhão às prefeituras -, a proposta de emenda constitucional (PEC) paralela da reforma da Previdência e a PEC que permite a expropriação das terras onde for encontrado trabalho escravo. O único projeto finalizado foi o que propunha a criação do Conselho Federal de Jornalismo. O Conselho Federal de Jornalismo, apesar de polêmico no mundo acadêmico e jornalístico, não enfrentava, porém, resistências entre os deputados. A votação, comandada pelo PFL, foi simbólica, arquivando de vez a proposta.