Título: TSE aprova o PPL, o 29º partido, com egressos do MR-8
Autor: Lima,Vandson
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2011, Pol, p. A11

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o pedido de registro do Partido Pátria Livre (PPL), em decisão unânime na noite de terça-feira. O PPL será o 29º partido do país e irá às urnas com o número 54. O número pretendido era o 55, mas este foi conquistado pelo PSD uma semana antes.

O PPL nasce de uma dissidência do PMDB formada por integrantes do antigo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), que participou da luta armada contra a ditadura militar. O grupo, junto com a Ação Libertadora Nacional (ALN), foi responsável pelo sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, em 1969 - o presidente do PPL, Sérgio Rubens Torres, participou da ação. Depois de quase chegar fim em 1972, quando vários de seus integrantes tiveram de se refugiar no Chile, o MR-8 se aproximou do MDB, tendo a salvaguarda do ex-governador Orestes Quércia.

Segundo Miguel Manso, secretário-geral do PPL, os diretórios da legenda farão plantão nos próximos dias para receber filiações. Manso afirma que o partido está em negociações avançadas com deputados estaduais e federais que engrossarão as fileiras do partido, mas não revela nomes nem quantos são. "Deputados têm 30 dias a partir da criação do partido para migrar sem perda de mandato. Alguns vão esperar".

A relatora do processo no TSE, ministra Cármen Lúcia, afirmou que o PPL cumpriu as exigências para o deferimento do registro e que, ao contrário do que aconteceu com o PSD, não houve pedidos de impugnação. A criação de mais uma legenda foi criticada pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski. "Estamos indo além do pluripartidarismo, estamos ingressando no hiperpartidarismo. É uma novidade que criamos no Brasil", ironizou.