Título: Produtos miram a política industrial
Autor: Vera Saavedra Durão e Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 03/11/2004, Brasil, p. A3

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) esteve empenhado este ano em criar novos produtos de viés estruturante, seja para atuar na política industrial do governo, seja para inovar na área social e ambiental. Na área social, as novidades são os projetos de universalização dos sistemas de água e esgoto; desenvolvimento e preservação do meio ambiente e gestão integrada dos recursos hídricos, com destaque para o projeto de transposição do Rio São Francisco. No aspecto regional, o BNDES tem buscado atuar na redução das desigualdades regionais. Segundo levantamento do banco, os desembolsos para a região Centro-Oeste tiveram o maior crescimento até setembro: 93% ante igual período de 2003. Para a região Norte, eles cresceram 82% e no Nordeste, 46%. Em relação à política industria, tecnológica e de comércio exterior do governo federal, a direção do banco aprovou quatro programas nas áreas escolhidas: farmacêutica, bens de capital, software e tecnologia. O Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica (Profarma) conta com uma carteira de projetos de investimento de R$ 720 milhões. O Programa de Financiamento a Supridores Nacionais de Equipamentos, Materiais e Serviços Vinculados está voltado para cadeias de fabricantes de equipamentos ou bens de capital, enquanto o Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços Correlatos (Prosoft), visa a estimular o segmento de software e serviços de informática e o Fundo Tecnológico (Funtec) foi montado para financiar inovações tecnológicas que tenham utilização comercial para as empresas brasileiras, com linha de crédito inicial de R$ 180 milhões. Em meados do terceiro trimestre, o banco abriu uma linha de capital de giro, conforme solicitação dos tomadores, condicionando-a a geração de emprego nas empresas - o Progeren. Seu foco é conceder recursos para empresas com capacidade ociosa de produção que precisem de capital de giro. Até meados do mês, a linha contava com uma carteira de R$ 1,2 bilhão. Também foi criado o Proinfa, para apoiar investimentos em projetos de geração de energia via fontes alternativas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Na área de comércio exterior foi lançada uma nova modalidade de financiamento de apoio às exportações das micro, pequenas e médias empresas através das "empresas âncoras", que organiza os pequenos e médios produtores em escala maior para negociar compra e venda de produtos. O banco manteve o Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (Pmat), que busca modernizar a máquina tributária dos municípios. O limite por operação foi ampliado de R$ 3 milhões para R$ 6 milhões. (VSD e CS)