Título: Aumenta bancada tucana no Congresso
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 03/11/2004, Política, p. A8

O tamanho dos partidos políticos vai mudar com a eleição de vários parlamentares a prefeitos. Quem deve ganhar representação é o PSDB, que cresce nas duas Casas: soma um senador e ultrapassa o PTB em número de deputados, podendo se firmar como quinta maior força política da Câmara. Dos 89 parlamentares que concorreram nas eleições municipais, 20 se elegeram. No Senado houve duas trocas, porém apenas uma de impacto - a eleição de Duciomar Costa (PTB-PA) em Belém abre espaço para que o suplente Fernando de Souza Flexa Ribeiro, do PSDB, assuma a vaga. Flexa Ribeiro é empresário, foi presidente e é atual diretor do conselho fiscal da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e presidente do conselho de integração nacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com a mudança, o PSDB passa a ter 12 senadores, ficando com apenas um parlamentar a menos que o PT na Casa. Entretanto, os tucanos se mantêm na quarta posição entre os partidos do Senado.

No outro caso de eleição de um senador, que ocorreu no primeiro turno do pleito municipal, Renildo Santana (PFL-SE) vai governar Itabaianinha, em Sergipe. Porém, como é suplente de Maria do Carmo, do mesmo partido, já sairia do Congresso a partir de janeiro, quando a titular deve reassumir suas funções parlamentares. Os senadores César Borges (PFL-BA) e Ana Júlia (PT-PA), não conseguiram se eleger em Salvador e Belém, respectivamente. Na Câmara, dos 85 deputados candidatos, 16 se elegeram prefeitos e dois como vice-prefeitos. PT, PMDB e PTB lideraram as modificações e tiveram, cada um, três deputados eleitos. Por Estado, as maiores mudanças serão em Minas Gerais, que terá quatro novos representantes, seguido de São Paulo e Ceará, com três substituições de deputados em cada um. De acordo com os dados do TSE, o partido que mais deve ganhar em representação na casa é o PSDB, que salta de 48 para 51 deputados federais, ultrapassando o PTB. O balanço da nova situação dos partidos políticos da Câmara, contudo, não foi oficializado pela Casa, que teve suas atividades suspensas neste início de semana devido aos feriados, retornando as suas atividades apenas hoje. O quadro dos partidos também pode ser alterado até o dia da posse dos parlamentares como prefeitos, com possíveis troca de partidos, que para muitos deve ocorrer como consolidação das disputas das eleições municipais. Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o partido ganhou com o crescimento no Congresso, particularmente no Senado: "Flexa Ribeiro é um grande nome, um empresário sério, foi fundador do partido e deve contribuir para o debate econômico no Senado". Virgílio não acredita, contudo, que essas alterações no Congresso modifiquem de forma profunda o jogo político no parlamento: "Já sofremos com o uso do governo para cooptar deputados, porém devemos recuperar nosso tamanho nas próximas eleições, sem partir desesperados atrás de parlamentares". Ele acredita, com base nos resultados das eleições municipais, que o PSDB deverá eleger em 2006 de 90 a 100 deputados federais.