Título: Lápis, e não balas
Autor: Vaz, Viviane
Fonte: Correio Braziliense, 19/09/2010, Mundo, p. 22

CamiloMosquera, o cantor que mora na Comuna 13, acredita que o governo colombiano deveria apostar mais em cultura, educação e capacitação profissional como solução para o conflito nas favelas deMedellín. Eu canto e faço trabalho social comacomunidade.Achoque esse é o caminho: o governo deveria se preocupar em formar os jovens, emvez de deixálos à delinquência.Mudar o contexto da mobilidade, opinaMosquera. Outro morador da favela, que pediu para não ser identificado, protestou contra os últimos governos da Colômbia, que, nasuaavaliação,sódemonstraram interesse em fomentar a guerra.

Do social não se fala muito.

Fala-se de aumentar as penas, das medidas tradicionais, admite o estudioso Jorge Iván Cuervo. O processo não preparou essa gente que se desmobilizou para desenvolver outro tipo de atividade, então passa o tempo, eles continuam sem trabalho e são outra vez facilmente cooptados pela indústria do narcotráfico, diz Cuervo.

Enquanto Santos não anuncia sua nova política de segurança, os moradores da Comuna 13 se equilibram na difícil tarefa de ajudar as autoridades, desviar-se do caminhos dos traficantes e manterumavida o mais próximo possível da normalidade.

A Comuna 13 vê a si mesma como uma sociedade que sofre a ação de todos os tipos de violência, do maltrato e do abuso por parte de diferentes setores armados, com justificativas diversas, com as condições de pobreza e escassez nas quais tem que lutar por seus sonhos, resume o site da favela na internet. (VV)