Título: TEDs agrupadas viabilizam movimento
Autor: Carvalho, Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 01/11/2006, Finanças, p. C8

O Banco Central (BC) avalia que a infra-estrutura do sistema de pagamento será suficiente para atender a um possível aumento do número de transferências de recursos entre bancos a partir da vigência da nova conta salário, em 1º de janeiro de 2007.

A nova conta salário permite que os clientes determinem a transferência automática de recursos para o banco de sua escolha, por meio de Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED). Alguns bancos têm levantado dúvidas se o sistema terá capacidade para absorver um provável aumento de transferência.

O BC informou que vêm se reunindo com os bancos e que, na semana passada, publicou um comunicado que permite que várias TEDs sejam agrupadas em uma só mensagem, que transitará pelos sistema de pagamento. Assim, as transferências de recursos seriam feitas com um menor trânsito de informações, o que evitaria a sobrecarga do sistema.

A tese de que, com o início da operação das novas contas salário, haverá um forte aumento na transferência é algo que ainda terá que ser comprovado na prática. O BC não tem estimativa definitiva de quanto aumentarão as transferências de recursos. Mas há indicações de que, para que a nova conta salário estimule a competição bancária, não será necessariamente preciso que os clientes transfiram recursos de um banco para outro. A avaliação é que os clientes vão obter ofertas mais favoráveis dos bancos diante da simples ameaça de troca de instituição financeira.

O governo Collor concedeu ao funcionalismo público federal a opção de escolher o banco de sua preferência. Isso não impediu que o Banco do Brasil mantivesse a sua participação dominante nesse nicho de mercado.

Quando foi criada a conta investimento, não houve a esperada migração maciça de recursos de um banco a outro. A conta investimento permitiu que os clientes migrem as suas economias de uma aplicação financeira para outra - e de um banco para outro - sem pagar CPMF. Dados do BC mostram que em outubro houve apenas 27,7 mil transferências interbancárias entre contas investimentos, envolvendo R$ 12,4 bilhões. O valor médio das transferências é de menos de R$ 500 mil.