Título: UE poderá emprestar € 200 bi ao FMI
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Fonte: Valor Econômico, 09/12/2011, Finanças, p. C8

A União Europeia está acertando os detalhes de um acordo para emprestar € 200 bilhões (US$ 268,26 bilhões) ao FMI. Desse total, € 150 bilhões viriam das 17 nações da zona do euro. O FMI poderia usar os recursos para dar apoio ao mercado de dívida soberana da zona do euro, disseram dirigentes do fundo nesta quinta-feira.

Líderes da União Europeia vão bater o martelo sobre a proposta em encontro iniciado ontem, no qual discutem um pacto mais amplo para tentar impedir o colapso da união monetária. Os € 150 bilhões viriam de empréstimos bilaterais de bancos centrais da zona do euro para o FMI; já os outros € 50 bilhões viriam de países de fora da zona do euro, segundo um diplomata da união.

Metade do dinheiro poderia ir parar num fundo do FMI reservado a empréstimos para a zona do euro; já a outra metade iria para a conta geral do fundo, disseram autoridades. Fundos na conta geral podem ser emprestados a governos de qualquer lugar do mundo.

A discussão é travada num momento em que a Itália, terceira maior economia da zona do euro, se aproxima de uma crise que ameaça a capacidade de refinanciar sua imensa dívida no ano que vem - o que colocaria em risco a sobrevivência do euro.

O acordo sendo negociado inclui ainda a eliminação de um teto de € 500 bilhões (US$ 666 bilhões) sobre os empréstimos dos fundos de resgate soberano da zona do euro. Essa medida poderia disponibilizar até € 700 bilhões em crédito para Itália, Espanha e para a recapitalização de bancos em toda a zona do euro. Mas a Alemanha resiste à ideia, disse um dirigente da região.

Uma alternativa sendo negociada seria permitir que a questão seja reavaliada em meados de 2012, quando os governos esperam que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), fundo permanente de resgate da zona do euro, esteja pronto para começar a emprestar, disse uma autoridade.

Entre governos da região, há um amplo apoio à concessão de uma licença bancária ao MEE, o que permitiria que o fundo permanente obtivesse uma linha de crédito do Banco Central Europeu. Mas a Alemanha também se opõe a essa ideia, disse o dirigente.

Os próprios líderes terão de resolver esse conflito, já que a França vem defendendo a ideia de que o MEE obtenha a licença de crédito e um relatório do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sugere o mesmo plano, disse um dirigente europeu.

Um outro disse: "A ideia da licença bancária para o MEE não será aprovada, está fora de questão. A Alemanha já disse com todas as letras que não a aprova".