Título: HSBC quer aumentar em 40% o lucro obtido na AL
Autor: Carvalho, Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 06/09/2006, Finanças, p. C3

O banco britânico HSBC espera aumentar em 40% a contribuição da América Latina para o lucro bruto do grupo dentro de três a quatro anos. A região já é responsável por 7,5% dos resultados brutos globais do grupo, com cerca de US$ 1 bilhão no primeiro semestre. O percentual deve pular para 10% a 12% a curto prazo, disse Alexander "Sandy" Flockhart, que vai assumir em 1º de outubro o cargo de presidente e diretor geral da recém criada divisão da América Latina e Antilhas.

Dentro dessa nova geografia, o México, antes vinculado aos Estados Unidos, passa a encabeçar a nova divisão, apoiado no fato de apresentar o quarto melhor resultado do grupo, depois dos Estados Unidos, Reino Unido e Hong Kong, com US$ 634 milhões no primeiro semestre deste ano e uma fatia de 3,5% do lucro bruto total da holding, praticamente metade da contribuição de toda a América Latina. O próprio Flockhart, 54 anos, preside o banco no México desde 1 º de outubro de 2002, posição que acumulará com as novas funções.

O Brasil não fica muito atrás com um lucro bruto de US$ 289 milhões no primeiro semestre.

A mais recente estrela dessa configuração é o Banistmo, maior conglomerado financeiro da América Central e Antilhas, adquirido em julho, por US$ 1,77 bilhão, operação ainda sujeita à aprovação das autoridades..

Até 31 de dezembro de 2005, a divisão regional da América do Sul do HSBC, responsável por 3,1% do lucro bruto da holding no ano passado, era formada por cinco países: Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela. Neste ano, foram acrescentados Paraguai, com a aquisição dos ativos totais do grupo britânico Lloyds TSB no país, e o Peru. A nova divisão América Latina e Antilhas contará ainda, além do Panamá, com Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, Colômbia e El Salvador - totalizando cerca de 4 mil agências em 16 países e territórios.

Em sua primeira visita ao Brasil, Flockhart afirmou que a nova configuração organizacional é reflexo da crescente importância da região para o grupo e da estratégia de explorar melhor as sinergias regionais. Flockhart chegou ao Brasil no domingo e, ainda ontem, viajou para o Uruguai. Até domingo, visitará a Argentina e o Chile.

O executivo vê oportunidades de sinergia entre as unidades da região nas áreas de tecnologia da informação, redes de caixas automáticas e modelos de controle de financiamento ao consumo, como métodos de scoring e comportamento.

Ao contrário do que ocorria no início da década, quando as crises da Argentina e, depois, no Brasil penalizaram as empresas européias que investiam na região, agora os investidores sabem que os mercados emergentes dão lucro. O HSBC, que montou a posição na América Latina nos últimos dez anos, quer capitalizar a nova situação e mostrar que as operações são "altamente rentáveis e estão com forte crescimento", disse Flockhart. O quadro mudou, acrescentou, por causa da estabilização da economia e medidas como a independência dos bancos centrais e redução do endividamento. Elogiou ainda o potencial da bancarização e a expansão do crédito. Entre negócios que pretende desenvolver estão o crédito para pequenas empresas