Título: Exportação em queda piora crise no setor de máquinas
Autor: Bouças, Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 06/09/2006, Agronegócios, p. B13

As indústrias de tratores e colheitadeiras devem praticamente repetir, no mercado interno, o desempenho alcançado em 2001 - antes da explosão de vendas com o avanço no plantio de grãos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou para baixo as metas do segmento para o ano.

Conforme a entidade, a produção, antes prevista em 52,8 mil unidades, deve fechar o ano com 46 mil unidades - próximo do resultado de 2001, quando a produção totalizou 44,3 mil unidades. Se confirmado, o número representará queda de 13% sobre 2005.

Persio Luiz Pastre, vice-presidente da Anfavea, disse que o resultado deveu-se ao fraco desempenho das exportações. "E daqui para frente as indústrias vão exportar menos do que no último quadrimestre de 2005", disse.

A Anfavea estima que as exportações recuarão 28% no ano, passando de 30,7 mil para 22 mil unidades, desempenho similar ao de 2003. De janeiro a agosto, os embarques recuaram 32,2% em volume, para 15.150 unidades, e 4,7% em receita, para US$ 1,4 bilhão.

Já as vendas no mercado interno devem crescer 3,4% em relação ao ano passado, para 24 mil unidades. A previsão inicial, no entanto, era maior, de 27 mil unidades. Pastre reconhece que a crise do setor de grãos, especialmente no Centro-Oeste do país, foi pior do que o previsto pelas indústrias no início do ano. Entre janeiro e agosto, as vendas no mercado interno cresceram também 3,4%, para 16.986 unidades.

Pastre acredita que as mudanças nas linhas do Moderfrota ajudarão a estimular as vendas no país, que em agosto cresceram 12,9% sobre igual mês de 2005, para 2.371 unidades. Ele observou que as indústrias que mantiveram unidades fechadas por muitos meses no primeiro semestre começam aos poucos retomar operações, mas que a recuperação efetiva do mercado só será vista no próximo ano.

No segmento de implementos agrícolas, os resultados também foram negativos no acumulado de janeiro a julho, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

No período, as indústrias do setor registraram queda de 9,1% no faturamento, para R$ 2,4 bilhões. As vendas externas recuaram 7,8%, para US$ 265 milhões, e as importações registraram queda de 29,2%, para US$ 44 milhões. O número de postos de trabalho baixou 10,9%, para 34,5 mil vagas.