Título: Títulos longos ligados ao IPCA são opção na renda fixa
Autor: Monteiro, Luciana
Fonte: Valor Econômico, 01/09/2006, Eu & Investimentos, p. D1

Para o investidor pessoa física, tentar achar o momento certo para investir ou sair de um ativo pode ser arriscado. Por isso, os especialistas indicam fundos multimercados, que fazem esse trabalho. "As posições long/short têm tido os melhores resultados na bolsa hoje", diz Espírito Santo, da Avanti Asset Management. A estratégia consiste em comprar uma ação que o gestor acredita que irá subir e vender a que acha que vai cair.

A queda de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros em agosto pegou boa parte do mercado de surpresa. Num mês em que a volatilidade deve continuar dando o tom aos mercados, a renda fixa ganha lugar de destaque. Agosto premiou principalmente os investidores de fundos prefixados ou os aplicadores que investem diretamente em LTNs (prefixadas) e NTN-Bs (corrigidas pelo IPCA). O impacto da redução da taxa nos fundos deve aparecer nas cotas divulgadas hoje por alguns bancos. O rendimento médio no mês, até o dia 28, era de 1,09%.

Dado o cenário de quedas graduais dos juros, os investidores que aplicarem em prefixados ou juros reais terão ganhos interessantes, principalmente entre os papéis com vencimentos mais longos, avalia Julio Fernandes, gestor de renda fixa da asset do BBM. "O juro real ainda está alto e os títulos longos ligados ao IPCA estão com retornos extraordinários", acrescenta Beny Parnes, responsável pela asset do BBM.

Espírito Santo, da Avanti, vê na renda fixa pré, com vencimento em dois ou três anos, uma oportunidade interessante. Uma alternativa para a pessoa física tentar se beneficiar com isso está no Tesouro Direto. "O mercado está buscando muito papel atrelado ao IPCA, mas acredito que as LTNs oferecerem no momento uma relação de risco/retorno razoável", diz.

O ouro teve mau desempenho em agosto em razão do recuo do dólar e da queda do metal no exterior de cerca de 2,7%, fechando com perda de 1,80%. Já o dólar, segundo os especialistas, deve se manter em baixa nos próximos meses e, por isso, não o indicam como forma de investimento. Papéis indexados ao IGP-M, que sofre influência do dólar, também não estão sendo indicados. Em agosto, o índice subiu 0,37%. (LM)