Título: Aéreas aceleram expansão internacional
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 01/09/2006, Empresas, p. B2

As companhias aéreas brasileiras deram início aos preparativos para expandir as suas operações internacionais. Em comunicado, a TAM anunciou que está tomando as "providências necessárias" para entrar na rota São Paulo-Milão. A empresa informou ainda que um novo vôo diário com destino a Paris - que se soma às duas freqüências já existentes, saindo do aeroporto de Guarulhos - partirá do Rio de Janeiro.

As novas linhas foram autorizadas oficialmente ontem, com a publicação no "Diário Oficial da União", das decisões da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que redistribuem as rotas para o exterior deixadas de lado pela Varig. De acordo com as regras do órgão regulador, as companhias têm um prazo de seis meses para iniciar essas operações.

A Gol recebeu autorização para fazer mais um vôo diário para o Uruguai, mas ainda não decidiu a rota nem a data de início. Por enquanto, a empresa faz uma vez por dia o trecho São Paulo-Porto Alegre-Montevidéu. A aérea também poderá ir para a Cidade do México. Os primeiros vôos serão feitos pela Copa Airlines, em acordo de compartilhamento de aviões (code-share), com conexão no Panamá.

A partir de 2007, a idéia da companhia é fazer a rota em aeronave própria, todos os dias - sempre com escala em Bogotá, para onde ainda não voa, sendo três vezes por semana com escala para embarque e desembarque de passageiros na Colômbia e outras quatro vezes com parada técnica para reabastecimento, já que a frota de Boeings 737-800 não tem autonomia suficiente para ligar diretamente São Paulo à capital mexicana. Até outubro, a Gol deverá iniciar vôos para Santiago do Chile e para Lima.

Além da TAM, a Itália passará a ser atendida pela BRA. A companhia, que está perto de anunciar um novo sócio estratégico, deverá ter Milão e Roma como destinos. Obrigatoriamente, cinco dos sete vôos semanais que ela vai operar sairão do Nordeste brasileiro. Os pontos de partida mais prováveis são Fortaleza e Salvador. Os outros dois provavelmente ligarão o Rio de Janeiro a Milão. "A idéia é fazer vôos part-charter, com parte do avião fretado às operadoras de turismo, aproveitando a operação de duas freqüências por semana que já temos para Milão", afirma o diretor de tráfego e planejamento da BRA, Waldomiro Ferreira Silva.

Segundo ele, a companhia pretende incorporar até o fim do ano dois Boeings 767 à sua frota de aeronaves de grande porte, que já possui duas aeronaves do mesmo modelo. Isso permitirá expandir também as operações regulares para Lisboa e Madri, que a BRA começou a explorar em julho. Por enquanto, são dois vôos semanais para Portugal e dois para a Espanha. Silva informa que a taxa de ocupação tem sido superior a 80%, índice considerado muito satisfatório, e pode levar a empresa a acrescentar duas freqüências semanais para cada destino a partir de outubro.

A OceanAir recebeu autorização para voar aos Estados Unidos, ao México e a Angola. O presidente da companhia, Carlos Ebner, afirma que está sendo fechado o leasing de cinco ou seis aeronaves para as rotas internacionais. "São de quatro a cinco aeronaves do modelo 767-300 e um Boeing 757", diz o executivo. Os vôos diários para os EUA serão feitos inicialmente via Bogotá, com destino a Los Angeles, cidade que era atendida no Brasil apenas pela Varig. As operações deverão ocorrer em code-share com a colombiana Avianca, também controlada pelo dono da OceanAir, German Efromovich.

A companhia de Efromovich tem até fevereiro, como as concorrentes, para implementar as novas linhas. Além da Cidade do México, com um vôo diário, Luanda terá duas freqüências semanais operadas pela OceanAir, saindo de Guarulhos - atualmente, a cidade é atendida apenas pela angolana Taag, a partir do Rio de Janeiro. Em 28 de outubro, a TAM começa a voar para Londres. Ontem, a Varig anunciou que retomará os vôos para Caracas. Eles ocorrerão de domingo a sexta-feira, com escala em Manaus. Junto com Frankfurt e Buenos Aires, essa é a última rota internacional que sobrou à antiga empresa da Fundação Ruben Berta, vendida à Volo do Brasil.