Título: Euro perde valor, mas se sustenta apesar da crise
Autor: Ross,Alice
Fonte: Valor Econômico, 02/01/2012, Finanças, p. C8

O euro caiu ao menor nível em dez anos em relação ao iene na sexta-feira, reforçando a prolongada condição de porto seguro da moeda japonesa em meio às turbulências que atingiram os mercados financeiros mundiais em 2011.Ampliar imagem

A moeda comum europeia chegou a cair 0,7% em comparação ao iene, sendo negociada a 99,97 ienes no último dia útil do ano. Foi a primeira vez que ela caiu abaixo da marca dos 100 ienes desde junho de 2001. Em comparação ao dólar, o euro terminou 2011 com uma queda de 2,9% desde o começo do ano.Analistas de câmbio estão alertando que o euro poderá continuar se enfraquecendo neste ano, em meio a perspectivas econômicas sombrias para a zona do euro. A queda ocorre no fim de um ano que desnorteou os analistas, que tiveram dificuldades para explicar a força relativa da moeda única.

O euro vem sendo negociado em uma faixa apertada, em meio a uma série de notícias ruins para a zona do euro, desprezando um segundo socorro financeiro à Grécia, um corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e um pico nos rendimentos dos bônus emitidos pelos governos da Espanha, Itália a França.

Foi preciso o fracasso de uma reunião de cúpula da União Europeia no começo de dezembro para se chegar a um acordo sobre uma mudança no tratado da zona do euro para derrubar o euro para menos de US$ 1,30 pela primeira vez desde janeiro.

Várias explicações têm sido dadas para o vigor do euro. Durante a maior parte do ano, os investidores em renda fixa mudaram dos bônus soberanos de países problemáticos da periferia do bloco, como Itália, Espanha e Grécia, para os papéis da França, de Nicolas Sarkozy, e da Alemanha, de Angela Merkel, o que levou os rendimentos dos títulos alemães a níveis recordes de baixa, ao mesmo tempo em que o euro permaneceu em alta. Acredita-se no mercado que bancos centrais de mercados emergentes, diversificando suas aplicações para o euro, também teriam estimulado a demanda.

Os fundos de hedge passaram a maior parte do ano apostando contra o euro, com muitos perdendo dinheiro no processo. Com os especuladores já vendidos a descoberto, ficou mais difícil para o euro perder mais terreno à medida em que o noticiário sobre a Europa foi piorando.

Analistas acreditam que o Banco Central Europeu embarcará em algum tipo de afrouxamento quantitativo da política monetária neste ano, em meio ao agravamento da situação econômica da Europa. Em seu mais recente comunicado, o BCE prevê um crescimento de 0,3% para a zona do euro em 2012. Qualquer forma de estímulo monetário exercerá uma pressão adicional de baixa sobre o euro.

Muitos apontam para uma mudança no padrão de negociação do euro, o que poderá pressionar mais a moeda única. As correlações entre o euro e as moedas mais arriscadas de mercados emergentes são menores no momento do que eram há poucas semanas.

O real brasileiro foi uma

O euro caiu ao menor nível em dez anos em relação ao iene na sexta-feira, reforçando a prolongada condição de porto seguro da moeda japonesa em meio às turbulências que atingiram os mercados financeiros mundiais em 2011.

A moeda comum europeia chegou a cair 0,7% em comparação ao iene, sendo negociada a 99,97 ienes no último dia útil do ano. Foi a primeira vez que ela caiu abaixo da marca dos 100 ienes desde junho de 2001. Em comparação ao dólar, o euro terminou 2011 com uma queda de 2,9% desde o começo do ano.

Analistas de câmbio estão alertando que o euro poderá continuar se enfraquecendo neste ano, em meio a perspectivas econômicas sombrias para a zona do euro. A queda ocorre no fim de um ano que desnorteou os analistas, que tiveram dificuldades para explicar a força relativa da moeda única.

O euro vem sendo negociado em uma faixa apertada, em meio a uma série de notícias ruins para a zona do euro, desprezando um segundo socorro financeiro à Grécia, um corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e um pico nos rendimentos dos bônus emitidos pelos governos da Espanha, Itália a França.

Foi preciso o fracasso de uma reunião de cúpula da União Europeia no começo de dezembro para se chegar a um acordo sobre uma mudança no tratado da zona do euro para derrubar o euro para menos de US$ 1,30 pela primeira vez desde janeiro.

Várias explicações têm sido dadas para o vigor do euro. Durante a maior parte do ano, os investidores em renda fixa mudaram dos bônus soberanos de países problemáticos da periferia do bloco, como Itália, Espanha e Grécia, para os papéis da França, de Nicolas Sarkozy, e da Alemanha, de Angela Merkel, o que levou os rendimentos dos títulos alemães a níveis recordes de baixa, ao mesmo tempo em que o euro permaneceu em alta. Acredita-se no mercado que bancos centrais de mercados emergentes, diversificando suas aplicações para o euro, também teriam estimulado a demanda.

Os fundos de hedge passaram a maior parte do ano apostando contra o euro, com muitos perdendo dinheiro no processo. Com os especuladores já vendidos a descoberto, ficou mais difícil para o euro perder mais terreno à medida em que o noticiário sobre a Europa foi piorando.

Analistas acreditam que o Banco Central Europeu embarcará em algum tipo de afrouxamento quantitativo da política monetária neste ano, em meio ao agravamento da situação econômica da Europa. Em seu mais recente comunicado, o BCE prevê um crescimento de 0,3% para a zona do euro em 2012. Qualquer forma de estímulo monetário exercerá uma pressão adicional de baixa sobre o euro.

Muitos apontam para uma mudança no padrão de negociação do euro, o que poderá pressionar mais a moeda única. As correlações entre o euro e as moedas mais arriscadas de mercados emergentes são menores no momento do que eram há poucas semanas.

O real brasileiro foi uma das moedas que mais sentiram a crise externa. A perda de valor da moeda brasileira em relação ao dólar foi de 10,89% em 2011. O real só não teve resultado mais fraco do que moedas como o peso mexicano (-11,98%) ou o rand sul-africano (-19,02%). (Colaborou Fernando Travaglini)