Título: Usiminas tem linha especial do BNDES
Autor: Durão, Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 01/09/2006, Empresas, p. B7

O grupo Usiminas teve aprovado pela diretoria do BNDES um financiamento de R$ 900 milhões na modalidade Limite de Crédito para financiar projetos na Usiminas e na Cosipa. Esta linha, mais conhecida como "cheque especial", tem duração de cinco anos e visa facilitar a liberação de recursos para projetos de modernização e manutenção dos clientes tradicionais do banco, com baixo risco de crédito, como é o caso do grupo mineiro. O financiamento, já em fase de contratação, foi dividido em dois sub-créditos: R$ 500 milhões para a Cosipa e R$ 400 milhões para a Usiminas.

Elizio Araujo, gerente do Departamento de Indústrias de Base (Deinb) do BNDES , informou que R$ 700 milhões, dos R$ 900 milhões, já estão comprometidos com investimentos programados até 2008 para as usinas de Ipatinga e Cubatão. "Mas, nada impede que elas entrem com novas solicitações nesses cinco anos, até chegar ao teto da linha de crédito", disse. O financiamento pode ser renovado em mais cinco anos.

Criada em abril do ano passado, pelo BNDES, visando facilitar a vida das grandes empresas, esta linha de crédito rotativo funciona como se fosse um "cheque especial", mas não contempla capital de giro. "É exclusivamente para investimento fixo definido pelas empresas, à exceção de novas unidades e expansão de capacidade nas unidades antigas ", esclareceu o gerente do Deinb. O custo do financiamento é de 90% em TJLP e 10% em dólar, mais spread de básico de 2% e spread de risco de 0,9% ao ano.

Até agora, cinco companhias já se beneficiaram do Limite de Crédito. O primeiro a contar com esses recursos foi o grupo Gerdau (R$ 900 milhões), seguido pelo Ultra (R$ 728 milhões), Copesul

(R$ 338 milhões) e Petroflex (R$ 118 milhões). A Usiminas é a quinta e segunda do setor siderúrgico a ser contemplada com essa linha especial, no seu limite superior de crédito, devido ao seu excelente rating.

A empresa beneficiada pode usar o empréstimo quando for necessitando dos recursos para tocar os projetos enviados ao banco. "Ela (a empresa) solicita o dinheiro ao BNDES na medida em que for realizando os investimentos previstos. São celebrados aditivos contratuais debaixo do contrato guarda-chuva dos R$ 900 milhões", disse Araujo, destacando que a agilidade na liberação desse crédito se dá porque esses aditivos são aprovados na alçada do diretor da área, sendo dispensado o aval de toda a diretoria do banco, que só aprova o contrato guarda-chuva.

A assessoria da Usiminas, companhia de capital aberto, com capacidade de produção de 10 milhões de toneladas/ano de aços planos, informou que no médio prazo trabalha com um portfólio de investimentos entre US$ 1,6 bilhão a US$ 1,8 bilhão.

Do total, são financiáveis pela nova linha os projetos que prevê melhorias nos equipamentos da aciaria nas usinas de Ipatinga e Cubatão e no laminador de chapas grossas de Ipatinga. Além da modernização da máquina de lingotamento contínuo nº 3, de Cubatão, que aumentará a capacidade da aciaria em 190 mil toneladas/ano de aço líquido em 2008. Também estão previstos investimentos para melhorias na capacidade de laminação de chapas grossas em Ipatinga, ampliando a produção em 300 mil toneladas/ano nos próximos dois anos. A construção de nova coqueria e de uma térmica, estimadas em US$ 200 milhões e US$ 100 milhões, estão excluídas do empréstimo.